domingo, 23 de agosto de 2009

Era já amanhã!


Este ano resolvemos fazer ao contrário. Em vez de ir a Portugal no Verão (e ir à praia, tomar sol a sério, comer peixe até fartar, visitar as feiras medievais, pular no Andanças, etc.) decidimos passar o Verão em Hamburgo. Quando o Inverno chegar a Hamburgo, faremos então férias no Dubai.

Mas não deixa de ser uma sensação estranha, saber que agora tudo se passa em Portugal (Verão, essa estação do ano de que tanto sentimos falta!) e nós aqui... É a mesma de sensação de quando se sabe que há uma festa para a qual não fomos convidados.

p.s.: Voava já amanhã! Mas a família está a caminho de Hamburgo... :D

Foto daqui.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Vanille Puddingtörtchen aus Portugal


Mas quem é que decidiu inventar por estas bandas que as Natas são pudim? É que não tem nada a ver!!! E para mais, colocam essência de baunilha... Mas vá lá! São já poucas as pastelarias que ainda usam a baunilha (bolas!).

p.s.: sabem que se os Pastéis de Nata estiverem queimadinhos por cima, os alemães não os comem? Provoca cancro, argumentam eles...

Bom dia!


Ontem, o pessoal que trabalha no meu piso, recebeu um email de um dos chefões a dizer que a empresa iria receber clientes e que parte da reunião seria no nosso openspace. Gentilmente pedia ao pessoal para "arrumar a casa" (recolher garrafas vazias, arrumar as pastas, etc...). A equipa do projecto europeu lá fez a sua parte: pendurou finalmente os cartazes do projecto que andaram meses aos rebolões pelo chão :) E a Ana ainda fez mais: vestiu-se que nem executiva (para dar melhor aspecto).
Embora tenha dormido mal e me tenha arrastado (literalmente) por uma viagem de U-Bahn mais S-Bahn de 30 minutos (não contando com os 10 minutos que tenho de fazer a pé), consegui chegar ao escritório antes das 10h, mesmo a tempo de ser vista pelo chefão e clientes, sentada à secretária a teclar no portátil.

Terminada a reunião, o grupo dirige-se para a porta da saída e quando passam por mim, oiço o chefão a dizer: "and there is our native portuguese speaker!". E eu para os meus botões: "Eh lá! Esta foi para mim!". Imediatamente coloquei em piloto automático o meu simpático sorriso (de orelha a orelha) e disse: "Bom dia!", seguido naturalmente de um "Hallo!".
E esta, hei? Querem lá ver que os tais clientes eram tugas???

Fico mesmo contente que empresas portuguesas (e até o governo português, segundo palavras do chefão, num dia que veio meter conversa comigo) estejam a investir em serviços de consultoria alemã e ainda por cima onde eu trabalho. Para mim, é um bom sinal! Aliás, um óptimo sinal ;)!

p.s.: Confirmado: era português.

domingo, 16 de agosto de 2009

Menos uma pergunta

Quando saí de Portugal, não tinha dúvida nenhuma que as perguntas que existiam na minha cabeça sobre o mundo em geral teriam, mais cedo ou mais tarde, respostas.
O que procurava (e ainda procuro) é perceber como é que Portugal tendo sido / sendo o país que é (com grandes potencialidades), está como está. A única resposta que obtinha sobre esta matéria era: "Ah, os políticos e tal... Sabes como é!" (detesto quando me impingem um só lado da questão...!!).

Pensei que a melhor maneira para perceber o que se passava em Portugal seria conhecer outros países, compará-los e tirar uma conclusão.

Mas não é que a conclusão está a demorar um pouco mais do que eu pensava a ser tirada? E que estou completamente baralhada? E que cada vez mais tenho a certeza de que esta Vida não me dará tempo suficiente para perceber sobre isto? E olhem que, segundo uma amiga minha que SABE ler "as mãos", vou morrer "velha e seca". Portanto, estou a contar em ficar por "cá" pelo menos uns 90 anos.

Mas tenho conseguido obter algumas respostas. Não sobre Portugal, especificamente, mas sobre muitas outras questões.

E como não sou nada egoísta e porque gosto de partilhar algumas das minhas conclusões, aqui fica a referência a um pequeno filme (deste modo, não tenho de maçar os leitores deste espaço com textos de metro e meio). São só 40 minutitos que valem bem a pena!:
http://www.thewave.tk/

Mais informações sobre o filme / livro aqui.

(Não gosto de generalizações. Há diversos povos/culturas por este mundo fora. E generalizar sobre cada um deles, não é o caminho. Há coisas que acontecem e em nada estão relacionadas com a palavra cultura de um país... Vamos lá a reflectir um bocadinho!)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Anita na praia


Ouvi dizer que o pessoal anda meio aborrecido em Portugal. Tempos de férias e tal e sol, nem visto. Por aqui, também não tem sido melhor, já que os emigras foram todos de férias. Só ficaram mesmo aqueles que aguardam pelo tempo de Inverno para ir dar os seus passeios. Mas mesmo assim, tenta-se preencher algumas falhas, como por exemplo: IR À PRAIA. Ah, pois é! Aqui bem no norte também há praia. E que bem que se está lá, como podem ver pelas fotos.
É um local parecido com... :D Algarve, admirem-se! Quer dizer... Ok, não tão parecido com Algarve. Mas é sem dúvida um sítio turístico com muita gente.
O R. ainda chegou a tomar uma banhoca, depois de eu insistir com ele que a água estava maravilhosa (pelo menos para os meus pés :D ) mas depois acagaçou-se com as "Águas-vivas". Pelo que percebi, só as que tem um anel vermelho é que são perigosas.
Acabámos o dia a assistir a um maravilhoso Pôr-do-sol de um lado, e a lua cheia do outro. Não estava à espera de uma surpresa destas por estas bandas, devo confessar…

sábado, 8 de agosto de 2009

27°C


Está um calor que não se pode!!!
Como é que eu aguentava os 40°C que faziam quando eu era cachopa...?
A ver se vou até à rua refrescar-me! Bolas...

domingo, 2 de agosto de 2009

"Mas é actriz?"


Mary é uma doçura de amiga. Colombiana e de temperamento muito parecido com o do português. Nascidas em lados opostos do Oceano desenvolvemos rapidamente uma relação de amizade. Não vos sei explicar, mas é mais fácil fazer amizades com latino-americanos do que com alguns europeus :) Já dizia a Mary: "Afinal, nós viemos de Espanha...".
É fotógrafa profissional e já fez várias campanhas publicitárias aquando da sua permanência em Bogotá (Colômbia) e Costa Rica. Trabalhou para as campanhas da MacDonalds, Marlboro, Coca-Cola, etc.. Um dia percebeu o que não queria na sua vida e decidiu terminar a sua relação com campanhas publicitárias de multinacionais como as que escrevi. Rumou a Espanha onde se sentia como em casa, diz. Mas o marido, alemão, não. Então, rumaram a Alemanha. Agora o marido encontra-se feliz e Mary, não :) (A vida é tramada!).

Quando era miúda, o meu pai fartava-se de nos tirar fotos, e eu lá me deixava fotografar... Mas quando cheguei à adolescência, fiquei simplesmente a odiar que me tirassem fotos. E essa fase durou até eu precisar de uma foto decente para colocar no meu CV, ou seja, há um ano e meio :). Eu já tinha uma foto tipo passe, tirada em Portugal. Mas quando mostrei ao pessoal daqui, até apanharam um susto! E disseram-me: "Hmm... Ana, se tu envias um CV aqui na Alemanha com essa foto, podes bem esquecer em conseguires um emprego!"
"Ok!", disse eu. "R., amanha vamos fazer uma sessão de fotos minhas lá em casa até conseguirmos uma decente". E assim foi. Passadas 2 horas a pousar de vários ângulos, de olhos fixos na câmara fotográfica, coleccionámos umas... 200 fotografias. Depois de uns retoques dado pela mana, finalmente consegui A foto decente.
Assim, aprendi que as poses e sorrisos se treinam e que até é possível tirar-se uma foto em que eu fico bem. Incrível!

Mary, neste momento não trabalha. Optou por ficar em casa a tomar conta dos miúdos, mas sempre que saímos, leva atrás de si, o seu "bebé": a sua máquina fotográfica. E numa dessas nossas saídas, lá insistiu para me tirar umas fotos. E eu, um pouco mais à vontade com a objectiva do que há uns dois anos atrás :), deixei-me levar pelo seu entusiasmo. Demais!... É demais ser-se fotografada por alguém profissional, pois passamos o tempo a ouvir: "Uau! Fantástica! Uau! Liiiinda! Um pouco mais de sorriso... Vira-te um pouco para a direita, e queixo para a frente. Uau! Maravilhosa!!!" :D O que eu me farto de rir e de me divertir! Ela tem mesmo jeito :)

Não é que esteja a pensar em me candidatar a outro emprego, mas é sempre bom ter algumas fotos "decentes" para colocar no meu CV. A que enviei da última vez foi a que resultou da sessão fotográfica cá em casa (que pelos vistos funcionou). E como a Mary continuava a aliciar-me com mais uma sessão fotográfica, decidi aceitar, mais uma vez, o desafio. E ontem lá fomos, ela com máquina e tripé e reflectores às costas (que eu também ajudei a acartar) e eu vestidinha que nem executiva!
O sítio foi escolhido por ela: uma zona com edifícios em estrutura metálica de fundo, perto da zona do porto, mesmo em cima de uma ponte pedonal. Estão a ver o pessoal a parar, para ver o que se passava? "Mas é actriz?" :D
Quem diria!? Eu que detestava que me tirassem fotografias, a deixar-me fotografar num ambiente completamente envolvido de gente a olhar para mim!
Nesta sessão, aprendi que as poses e os sorrisos se conseguem manter por alguns segundos e até minutos, bastando para isso, pensar em algo que nos faz feliz. E não foi difícil porque na verdade estava/estou feliz!

Não há que ter vergonha em se dizer que se está feliz. Estou. E digo-o sem problemas. Podia ser sempre melhor: podia estar junto da minha família, dos amigos que deixei em Portugal,... Mas, com o que tenho, agora, (mesmo vivendo nos nossos 47m2 de apartamento) somos felizes, sim.

p.s.: Mary é como a minha mãe que é enfermeira: "Levar uma vacina, Ana? Não custa nada! Anda cá! Vês? Já está!". Passados uns dias, pergunto: "Então mãe, ouvi dizer que fugiste do dentista quando ele te quis dar a anestesia...!!!??".