sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A verdade, é que me fartei!

No outro dia o meu colega holandês H. (na casa dos 50) passou pelo meu escritório para me desejar um feliz ano novo. Conversa puxa conversa, nada difícil entre emigrantes, acabámos por falar da situação económica da Europa. Queixava-se ele que no seu país as coisas andam impossíveis: preços duplicaram desde a adesão ao Euro, especulação imobiliária continua em grande (mais uma bolha prestes a explodir...), subsídio para tudo e todos, etc.. E eu para os meus botões: "Onde é que eu já ouvi esta história? Mas não era num país como a Holanda, caneco!". A conversa fluiu e ele acabou por contar que já tinha aconselhado as filhas para continuarem com os estudos, aprenderem outras línguas, arranjarem um bom emprego, e não terem medo de emigrarem. E eu, "Go international, right?". Ao que ele me acenou positiva e vivamente com a cabeça. Nisto, não me controlei, e perguntei-lhe: "H., porque emigrou?". Ao que me responde, "Porque estava farto do meu país! E com as coisas que lá via..."

Na altura, há quatro anos, eu disse-o de outra maneira: "A verdade, é que me fartei!"

Parece que é comum, a todos os emigrantes, sejam eles portugueses, holandeses, chineses, mexicanos, etc. Todos nos fartámos um dia do nosso país.
(Que coisa triste de se sentir...) 



António Variações sabia do que escrevia:

"Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se tens a vida em ti a latejar!"


1 comentário:

  1. E quando se farta do país para onde se emigrou?! Volta-se? Vai-se para outro sítio? E se se fica outra vez farto? Pode-se sempre voltar, nao é? Sempre demorou um pouco mais a ficar farto de PT

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