domingo, 1 de novembro de 2009
"Livramo-nos dele?"
No outro fim-de-semana fui fazer uma formação.
Enquanto esperávamos pelo instrutor, chegou um senhor na casa dos 55 (também aluno), muito... "Alegre"!
Tinha realmente problemas com álcool.
Durante o intervalo ouvi alguns comentários do género: "Foi de certeza o centro de emprego que o mandou para aqui! E de certeza que lhe estão a pagar o curso na integra!" ou "e naquela mochila devem estar garrafas de álcool, de certeza!" ou "eu topei-o logo que entrou!".
Eu também já fui ajudada pelo centro de emprego há um ano e muito agradeço por isso.
A formação era de apenas dois dias, e no fim da primeira parte do primeiro dia, o senhor foi "convidado" pelo instrutor a abandonar o curso.
Falava demais, falava alto demais, queixava-se demais. Ou era o professor que explicava depressa demais, ou era o computador que não respondia aos seus comandos, ou era o teclado que era diferente daquele que estava habituado, etc..
Era a imagem de alguém que queria vencer, o que a falta de actualização na área informática já não permitia.
Não me sai da cabeça a imagem do senhor a arrumar os seus cadernos após o intervalo, dizendo que outros compromissos tinham surgido e por isso se ia embora.
Se aquela formação não era a adequado para aquele senhor, culpa tem o estado alemão que preferiu pagar ao senhor este curso em vez de o reencaminhar para outra formação que podia ser mais útil para ele. E quando digo estado alemão, quero referir-me a TODOS os estados. É muito mais fácil para os governos entreterem o pessoal com cursos de formação do que encontrarem soluções adequadas, noutras áreas, para estes casos.
O que terá feito o senhor depois de arrumar as suas coisas? Simples, foi beber da sua garrafa mágica, com a esperança de esquecer o que a sociedade pensa dele: que já há algum tempo ele deixou de fazer parte dela.
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