domingo, 6 de dezembro de 2009

TAUC em HH


O projecto já tinha dois anos. Foi pouco tempo depois de ter chegado a Hamburgo que decidi escrever o projecto "DIGRESSÃO ARTÍSTICO-CULTURAL DA T.A.U.C. A HAMBURGO".

Hamburgo é uma cidade deliciosa para qualquer português viver. As pastelarias, os super-mercados portugueses, a manhã domingueira na Lange Reihe, os bailaricos, as castanhadas e sardinhadas, etc.. Porém sentia, há dois anos atrás, que a cultura portuguesa nesta cidade se cingia a: futebol, pastéis de nata, galão e fado de Lisboa. Tinha chegado a hora de trazer cá algo mais: o Fado de Coimbra e pelas mãos da minha querida Tuna Académica da Universidade de Coimbra.

Novembro de 2009 foi o mês da concretização deste projecto.

Foram quatro dias que passaram num ápice!
Entre aeroporto, trânsito, hotel, locais de espectáculo, restaurantes, metro, barcos, caminhos à chuva, bares, cantos da cidade, foi óptimo poder estar com um grupo de amigos que eu conheço há anos. Gargalhadas, recordações, novidades da vida de cada um, piadas, sonhos, ansiedades. Tudo isto e muito mais partilhado entre nós os sete, em pleno Hamburgo. Hamburgo, cidade que me acolheu a mim e ao R. e a quem nós retribuímos, presenteando-a com uma parte da nossa cultura, da nossa cidade natal, de nós.

Mas a partilha não se ficou só entre nós os sete. Eu já sabia que o carinho das pessoas que ajudaram a concretizar esta digressão, mais o próprio público, iria estar sempre presente. E assim foi. O senhor alemão, que apertando a mão ao dono do restaurante onde se realizou um dos concertos, dizia: "Obrigado pela oportunidade de assistir a este espectáculo. Para quando mais?". Ou o outro que apartando o ombro de um dos organizadores, exclamada: "E eu que pensava que Fado só o de Lisboa, hei?!".
A salva de palmas, em ambos os espectáculos, foram longas. E com razão! O grupo actuou muito bem, conseguiu envolver o público com as diferentes canções e cativou a sua atenção com histórias (com tradutor em palco!) sobre os temas, traje, guitarra, etc..

Para mim? Para mim, os espectáculos foram apreciados de forma diferente de há 12 anos atrás. Confesso que foi uma mistura de duas sensações: a de egoísmo (a de poder usufruir o espectáculo, como parte do público, apenas e só) e a de partilha (para com todos aqueles "não-portugueses" que de alguma forma se sentem ligados à minha cultura, a quem eu só posso abrir os braços e dizer "bem-vindos a nossa casa"). E claro que foi uma choraminguice pegada... Quis lá eu saber? Estava em família :)

Meus queridos, voltem sempre! E tragam mais ;)

2 comentários:

  1. Só de ler este mail fiquei em lágrimas. Coimbra que saudades.... Um abraço para todos. Marta Grilo

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  2. Oh minha querida, nada de lágrimas! Mas sim "Felicidade" por termos vivido aqueles momentos que ninguém nunca nos poderá arrancar de nós! Já viste a sorte que tivemos / temos?? ;)

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