A cereja no topo "deste Natal". Obrigada!
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Tudo o que desejaram e mais além!
Nós tínhamos prometido a nós mesmos: Natal, longe da família, nunca mais! Mas a vida prega-nos destas e cá estamos nós, em Hamburgo, em plena época Natalícia.
A revolta inicial não deixou muito espaço para espírito de Natal, decorações, prendinhas, etc.
Porém, aos poucos, lá fui recuperando e já se ouve uma musiquinha de fundo com o refrão "All I want for Christmas is you!" e a "pseudo-árvore" de Natal já está no seu sítio de luzes acesas. À medida que os postalinhos foram chegando (muito obrigados!!) foram colocados ao pé do presépio mexicano que nos acompanha desde os tempos em que o nosso terraço no 10° andar tinha a mais bela vista da cidade de Coimbra. E ontem decidimos: Filhoses de Abóbora (o O. até tem aguardente em casa e tudo!) e Arroz Doce vão estar presentes na mesa embora a mãe Maria esteja a caminho com Bolo Rainha, Sonhos, Queijo da Serra e Queijadas de Tentúgal :D Nada é demais!
2011 foi um ano bom. Muito bom. Com as suas dificuldades, claro. Que seria um ano sem dificuldades, sem desafios? Nada de extraordinário. Assim, posso dizer que foi um ano de realizações e desafios superados. Que venha 2012! Sinto que se 2011 foi bom, 2012 vai ser de arromba! Mas que venha com tudo: alegrias, desafios, conquistas, algumas dificuldades superáveis (para apimentar a coisa), saúde e muita compreensão.
E agora, toca a arrumar e limpar os 47 m2 de apartamento que a mãe Maria está a chegar!
Beijitos a todos e um Feliz Natal! Boas entradas no novo ano e que 2012 vos traga tudo o que desejaram e mais além!
Ana
domingo, 11 de dezembro de 2011
Há coisas do... Caneco!
15 de Novembro de 2007:
- "Ok. Tu tens de trabalhar. E para além disso não temos dinheiro para as viagens. Ficamos cá. Não há-de ser assim tão mau. Não pode ser assim tão difícil passar o Natal cá."
26 de Dezembro de 2007:
- "Nunca mais, ouviste? Nunca mais! Prometes? Prometes?"
10 de Setembro de 2008:
- "Ah! Nunca mais me apanham nessa!"
18 de Agosto de 2009:
- "Ah! Nunca mais me apanharam nessa!"
4 de Julho de 2010:
- "Epá, não se metam nisso...! Nós caímos uma vez nessa palermice e jurámos para nunca mais!"
22 de Novembro de 2011:
- "F * # & do caneco! Nós tínhamos prometido! Nós tínhamos prometido!!!"
sábado, 26 de novembro de 2011
O Capitão
Atarantada no escritório, de um lado para o outro, para recolher a informação de que precisava para a minha tarefa, dou por mim no gabinete do meu colega S. Começo a falar com ele, a fazer-lhe mil e uma perguntas, quando me apercebo de uma cara nova na secretária em frente. Continuei com o interrogatório. Voltei a olhar para a cara nova e decidi apresentar-me: "Ana do departamento de gestão de projecto". "Eu sou o A., o capitão do nosso barco". A princípio não processei a informação e lá voltei ao meu interrogatório.
De repente, como um "clic"! Espera lá... Um capitão de um navio? Enquanto a frase surgia na minha cabeça, olhei para o senhor (que se apercebeu do meu contacto visual) e repeti em voz alta: "O capitão do nosso navio?". E mais... Como se a minha língua não se conseguisse reter, sai-me em voz alta: "Nunca tinha conhecido um capitão de um navio..."
Claro
que a reacção do capitão foi... Nada de especial! Cara de parvo a olhar
para a engenheira da equipa de gestão do projecto, com cara de menina,
de quem foi levada ao circo pela primeira vez. Um capitão de um navio...
Daqueles como o Vasco da Gama precisou de ter nas suas rotas marítimas. E quem diz Vasco da Gama diz Bartolomeu Dias, Fernão de Magalhães, e por aí adiante!
Vivi a minha vida toda sabendo que o mar fazia parte da minha identidade como portuguesa, morei a 50 km de um porto durante 28 anos, e a minha reacção quando conheci um capitão de um navio foi... O que foi. Realmente, há qualquer coisa que não encaixa na nossa história. Que corte foi esse, que se fez entre o português e o mar? Quando foi isso? E porque foi isso?
Não, o nosso país não é só um jardim plantado à beira-mar. O mar não é uma fronteira para nós! Nunca o foi. Mas porque estagnámos nesse ponto? Onde estão as nossas escolas de engenharia naval? Sei que existem, mas porque se fala tão pouco delas? E onde estão os navios construídos por nós? E falo de navios a sério e não de ferrys recusados pelos Açores. E os capitães portugueses?
Nota: no dia seguinte a minha colega conta-me que temos mais três capitães na nossa equipa, entre eles "aqueles dois senhores a quem eu me fartei de pedir, na semana passada, informações".
domingo, 20 de novembro de 2011
Outros tempos
Não
sei como é que muitos ainda não perceberam que o panorama por aqui, na
Alemanha, também não está nada famoso e a caminhar para o medonho...
O que eu posso aconselhar aos que me pedem informação sobre trabalho na Alemanha é que tentem outros países / continentes pois as coisas pela Europa já deram o que tinham a dar...
Ah! E é a terceira empresa alemã onde trabalho e devo dizer que a minha decepção sobre a "organização alemã" não tem sido pequena. Como diria uma senhora amiga minha, "isso foi noutros tempos!".
O que eu posso aconselhar aos que me pedem informação sobre trabalho na Alemanha é que tentem outros países / continentes pois as coisas pela Europa já deram o que tinham a dar...
Ah! E é a terceira empresa alemã onde trabalho e devo dizer que a minha decepção sobre a "organização alemã" não tem sido pequena. Como diria uma senhora amiga minha, "isso foi noutros tempos!".
sábado, 5 de novembro de 2011
Carta ao Jorge
Como é a vida na Alemanha?
Depende muito da nossa maneira de ser (se somos pessoas abertas a novas culturas), da nossa formação (se temos um diploma de uma formação que é precisa no mercado de trabalho), da nossa capacidade de falar outras línguas (se aprender alemão nos dará algum gozo), da nossa expectativa monetária (se pensamos que em 2 anos estamos a comprar o tal Mercedes), etc..
A vida de imigrante pode não ser fácil se teimarmos em não nos conformarmos que não estamos em casa, mas que é possível viver assim. Longe de casa. Haverá sempre alguma coisa que "não está bem", que não sabemos explicar o que é, e por isso, nos poderá tornar a vida menos agradável num país estrangeiro. Que fazer? Aproveitar o tempo para absorver o que a sociedade onde estamos inseridos tem de melhor. Ponto! Não vale a pena viver a pensar no que funciona mal, no que funciona melhor no nosso país.
O que me empurrou para sair do país foi a vontade de ver "mais", para além da nossa fronteira com Espanha.
Mas se pudesse, voltava para Portugal. "Se pudesse"... Eu posso, a qualquer momento. É uma questão de escolha. Neste momento consegui o trabalho que sempre sonhei. Ganho bem, tratam-me bem, trabalho num projecto inovador, estou perto do marido e amigos (não tenho de mudar de cidade). Conseguiria isso em Portugal? Não. Compensa estar longe da família e amigos para poder ter este tipo trabalho? Para mim, por enquanto sim.
Na verdade, hoje em dia, compra-se um bilhete para Portugal a 98€, ida e volta, directo. E é suficiente para matar as saudades, ir umas três vezes a Portugal, por ano? Para mim, não. Mesmo assim, pretendo continuar na Alemanha? Sim. Posso ter crescido a pensar que o futuro era um conjunto de certezas. Isso deu-me a segurança necessária para arriscar (se não funcionar, sempre posso voltar atrás), e principalmente, deu-me equilíbrio emocional para recuperar das rasteiras que a vida me pregou.
Porém, o mundo mudou. Aliás, está em constante mudança. O que demorava décadas a mudar numa sociedade, há cem anos, hoje em dia demora uns... Dois anos. A mudança tem sido a tal velocidade que apenas aqueles que se tornam "flexíveis e adaptáveis", se safam. E não foi sempre assim? Posso ter crescido a pensar que o futuro era um conjunto de certezas. Mas hoje eu sei, que essa certeza já não existe e jamais vai voltar a existir.
Invejo aqueles que podem usufruir da minha terra, no dia-a-dia: o cheiro do café nas ruas, o sol de Inverno, a noite negra repleta de estrelas, o cheiro da flor de laranjeira numa noite de Verão, o orvalho nos campos verdes, as ondas do mar.
Porém, cada emigrante carrega uma história. Uma experiência. Cabe a cada um deixar-se passar pela experiência e tirar as suas próprias conclusões. Pelo menos eu nunca correrei o risco de dizer "se pelo menos eu tivesse tentado ir para outro país..." :)
Depende muito da nossa maneira de ser (se somos pessoas abertas a novas culturas), da nossa formação (se temos um diploma de uma formação que é precisa no mercado de trabalho), da nossa capacidade de falar outras línguas (se aprender alemão nos dará algum gozo), da nossa expectativa monetária (se pensamos que em 2 anos estamos a comprar o tal Mercedes), etc..
A vida de imigrante pode não ser fácil se teimarmos em não nos conformarmos que não estamos em casa, mas que é possível viver assim. Longe de casa. Haverá sempre alguma coisa que "não está bem", que não sabemos explicar o que é, e por isso, nos poderá tornar a vida menos agradável num país estrangeiro. Que fazer? Aproveitar o tempo para absorver o que a sociedade onde estamos inseridos tem de melhor. Ponto! Não vale a pena viver a pensar no que funciona mal, no que funciona melhor no nosso país.
O que me empurrou para sair do país foi a vontade de ver "mais", para além da nossa fronteira com Espanha.
Mas se pudesse, voltava para Portugal. "Se pudesse"... Eu posso, a qualquer momento. É uma questão de escolha. Neste momento consegui o trabalho que sempre sonhei. Ganho bem, tratam-me bem, trabalho num projecto inovador, estou perto do marido e amigos (não tenho de mudar de cidade). Conseguiria isso em Portugal? Não. Compensa estar longe da família e amigos para poder ter este tipo trabalho? Para mim, por enquanto sim.
Na verdade, hoje em dia, compra-se um bilhete para Portugal a 98€, ida e volta, directo. E é suficiente para matar as saudades, ir umas três vezes a Portugal, por ano? Para mim, não. Mesmo assim, pretendo continuar na Alemanha? Sim. Posso ter crescido a pensar que o futuro era um conjunto de certezas. Isso deu-me a segurança necessária para arriscar (se não funcionar, sempre posso voltar atrás), e principalmente, deu-me equilíbrio emocional para recuperar das rasteiras que a vida me pregou.
Porém, o mundo mudou. Aliás, está em constante mudança. O que demorava décadas a mudar numa sociedade, há cem anos, hoje em dia demora uns... Dois anos. A mudança tem sido a tal velocidade que apenas aqueles que se tornam "flexíveis e adaptáveis", se safam. E não foi sempre assim? Posso ter crescido a pensar que o futuro era um conjunto de certezas. Mas hoje eu sei, que essa certeza já não existe e jamais vai voltar a existir.
Invejo aqueles que podem usufruir da minha terra, no dia-a-dia: o cheiro do café nas ruas, o sol de Inverno, a noite negra repleta de estrelas, o cheiro da flor de laranjeira numa noite de Verão, o orvalho nos campos verdes, as ondas do mar.
Porém, cada emigrante carrega uma história. Uma experiência. Cabe a cada um deixar-se passar pela experiência e tirar as suas próprias conclusões. Pelo menos eu nunca correrei o risco de dizer "se pelo menos eu tivesse tentado ir para outro país..." :)
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trabalho na Alemanha
terça-feira, 25 de outubro de 2011
sábado, 8 de outubro de 2011
À terceira é de vez!
Tal como o R. eu também tinha um sonho. Aliás, tinha vários mas como comecei a aperceber-me de que nem todos eles se realizavam, um dia decidi começar a concentrar-me só em alguns. Nos mais importantes. E o resultado tem sido muito bom :)
Há quase três anos decidi publicar as cartas que escrevia à família e amigos sobre o meu sonho e como eu me tinha decidido a concretizá-lo. O título deste blogue e o texto da sua introdução dizem tudo sobre essas cartas:
Porque uma nova etapa se avizinhava, quis tornar acessíveis as "cartas" que só os mais chegados leram naquela altura. Esta é a história de uma engenheira que achou (e muito bem!) que podia ir "até ao infinito e mais além!"
Dizem que à terceira é de vez, e no meu caso, foi mesmo! Depois de trabalhar em duas empresas alemãs que no fim dos meus contratos de trabalho me deixaram com um sabor amargo, eis que chega o meu terceiro emprego na Alemanha, numa empresa que é tudo o que eu sonhava que ainda existia.
Vou trabalhar como engenheira civil, na área da energia eólica, numa multinacional, como gestora de projecto, a vinte minutos de casa e a ganhar bem. Posso dizer, e muitos de vós também o quererão dizer, FINALMENTE ACONTECEU!
Os sonhos são mesmo para serem concretizados e só ouvindo a nossa intuição é possível de o fazer.
Não percam tempo. Realizem os vossos sonhos!
Há quase três anos decidi publicar as cartas que escrevia à família e amigos sobre o meu sonho e como eu me tinha decidido a concretizá-lo. O título deste blogue e o texto da sua introdução dizem tudo sobre essas cartas:
Porque uma nova etapa se avizinhava, quis tornar acessíveis as "cartas" que só os mais chegados leram naquela altura. Esta é a história de uma engenheira que achou (e muito bem!) que podia ir "até ao infinito e mais além!"
Dizem que à terceira é de vez, e no meu caso, foi mesmo! Depois de trabalhar em duas empresas alemãs que no fim dos meus contratos de trabalho me deixaram com um sabor amargo, eis que chega o meu terceiro emprego na Alemanha, numa empresa que é tudo o que eu sonhava que ainda existia.
Vou trabalhar como engenheira civil, na área da energia eólica, numa multinacional, como gestora de projecto, a vinte minutos de casa e a ganhar bem. Posso dizer, e muitos de vós também o quererão dizer, FINALMENTE ACONTECEU!
Os sonhos são mesmo para serem concretizados e só ouvindo a nossa intuição é possível de o fazer.
Não percam tempo. Realizem os vossos sonhos!
Ironman 2011
Os sonhos são para se seguir. A nossa intuição é para ser ouvida. E quando não estamos sozinhos nesta caminhada chamada Vida, há que escutar não só sobre os nossos sonhos, mas também sobre os sonhos de quem nos acompanha. A vida a dois é isto: partilhar não só os sonhos em comum, mas acompanhar o outro nos seus sonhos. Incentivar e dizer "Tu consegues! E nesse dia, vou ficar muito orgulhosa de ti."
E foi assim que mais um desafio foi superado pelo R. Já é um Ironman :)
Pegámos no carro, fizemos 1800 km e chegámos a Espanha, para que o R. participasse em mais um triatlo. Mas desta vez seriam 3,8 km a nadar, seguidos de 180 km de bicicleta e, no fim, 43 km a correr. E claro que conseguiu! I am so proud of you, honey!!
Sempre que puder quero estar presente em todas as ocasiões que o R. se coloca a ele mesmo à prova. Sempre que ele quiser seguir um sonho eu vou querer estar na fila da frente a gritar "Vai R.!!!!"
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
"Bolas!"
Frase mais dita pelos amigos e ouvida por mim, desde que cá cheguei: "Tem sido complicado conseguir contactar contigo, bolas!"
É assim, Anita vai a Portugal: almoço com pai Tó, cafezinho com amigo, jantar com mãe Maria, cafezinho com amiga, dormida em casa da mana Jo, cafezinho com ex-colega de trabalho, passeio pela cidade, cafezinho sozinha... Uma roda viva, já se sabe. E quanto aos cafés / bicas, terei tempo para curar a ressaca do excesso de cafeína quando chegar a Hamburgo. Até lá, é aproveitar :D
sábado, 17 de setembro de 2011
Maria Conceição Tavares
Uma
economista octogenária de origem portuguesa, mas de alma brasileira. Na
sua opinião, mais depressa se cria uma união política (e monetária)
entre os países sul-americanos, do que uma federação europeia que por sinal já tem
uma união monetária. E não é que ela tem razão...? Reparem no seguinte resumo sobre os últimos mil anos de história da Europa:
União monetária, presentemente até podemos ter. Mas o que nos falta é uma união política e essa, não creio que chegue. Nunca. Como diz Maria Conceição Tavares, foram 1000 anos de guerra civil na Europa, entre países que, ou são ou já foram, durante um período da sua história, potências europeias e até mundiais. Ao contrário da América do Sul que, citando a economista, têm um "passado comum, o de ex-colónias, que leva a uma solidariedade maior entre países".
Ah! E hoje aprendi também que um economista que ache que não tem de aprender história para exercer a sua profissão, mais valia que tivesse ido para engenharia ou medicina, pois especular, todos somos capazes. Ao que parece, existem cerca de 400 modelos matemáticos financeiros desenvolvidos, e até hoje, nem um se mostrou correcto :S
Um das reportagens com Maria Conceição Tavares, aqui.
União monetária, presentemente até podemos ter. Mas o que nos falta é uma união política e essa, não creio que chegue. Nunca. Como diz Maria Conceição Tavares, foram 1000 anos de guerra civil na Europa, entre países que, ou são ou já foram, durante um período da sua história, potências europeias e até mundiais. Ao contrário da América do Sul que, citando a economista, têm um "passado comum, o de ex-colónias, que leva a uma solidariedade maior entre países".
Ah! E hoje aprendi também que um economista que ache que não tem de aprender história para exercer a sua profissão, mais valia que tivesse ido para engenharia ou medicina, pois especular, todos somos capazes. Ao que parece, existem cerca de 400 modelos matemáticos financeiros desenvolvidos, e até hoje, nem um se mostrou correcto :S
Um das reportagens com Maria Conceição Tavares, aqui.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Voltar às origens?
Portugal tem a maior zona económica exclusiva da Europa e passados 30 anos parece que começamos, finalmente, a acordar de um sono bem profundo.
"É como se, durante décadas, nos tivéssemos esquecido de um baú do tesouro e começássemos agora, lentamente, a recuperar a memória para redescobrir onde o enterrámos" (in Revista Montepio Verão 2011)
Parece que vou no bom caminho :) Soa-me a um voltar às origens. E que bem que me sabe!
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
O mundo nas mãos
É verdade que não nos ensinam a "vender o nosso produto" num curso superior, nem pouco mais ou menos. Muito menos a perceber "qual é o nosso produto". Tudo o que é dito neste vídeo é totalmente verdadeiro.
A minha vinda para a Alemanha e a minha vontade de encontrar um trabalho como engenheira civil, aqui, fez-me aprender mais sobre mim do que todos os anos em que estive na universidade. Porque tive de perceber por mim, o porquê da minha estratégia para me manter no mercado de trabalho alemão, não estar a resultar: era convidada para entrevistas (por isso, o problema não estava no meu CV) mas não conseguia "aquele trabalho". Depois de muito bater com a cabeça, de muitas portas se fecharem (leia-se oportunidades), de muito ler e pesquisar na internet, de muito reflectir sobre mim, percebi finalmente "que produto era eu". Ou seja, como posso adicionar valor numa empresa alemã.
No dia em que disse para mim mesma "Ana, tu és directora de obra, não só porque tens jeito para isso, como é nessa função que se sentes realizada profissionalmente", senti o mundo nas mãos :)
domingo, 21 de agosto de 2011
"Queres lá ver que levas com a bengala?"
Foi em grande festa que nos despedimos da mota da tia. Durante quarenta anos foi "as suas pernas quando queria ir a algum lado", dizia ela. Agora, há que se habituar às novas que recebeu e voar! (*)
Depois de vinte cinco anos, lá obtivemos autorização para conduzir a tão famigerada mota. Houve quem se atrevesse, em tempos, em roubá-la à socapa quando a tia se encontrava distraída... Mas normalmente, quando os ladrões regressavam do seu passeio, eram recebidos com umas quantas bengaladas. Desta vez conduzimo-la e sem bengaladas à mistura :)
As férias de Verão não eram férias de Verão sem passar uma temporada em sua casa, lá na aldeia. O ponto alto era, para além das cabanas que nos deixava construir à volta da tangerineira e dos feijões-verdes que nos deixava plantar no seu quintal, viajar de mota até à mercearia ou até à igreja. E éramos muitos em cima daquela máquina! No banco ao lado da tia, a minha irmã comigo ao colo, na "mala da mota" encaixava-se um ou dois primos e, de pé, com os pés apoiados na "mala" e seguros ao banco, os mais velhos (que eram os mais fortes e capazes de se segurar bem).
Eram, portanto, umas férias em grande!
(*) E sem barulho nem fumo a envolvê-la pois aquela mota era um verdadeiro atentado ao meio ambiente...
Depois de vinte cinco anos, lá obtivemos autorização para conduzir a tão famigerada mota. Houve quem se atrevesse, em tempos, em roubá-la à socapa quando a tia se encontrava distraída... Mas normalmente, quando os ladrões regressavam do seu passeio, eram recebidos com umas quantas bengaladas. Desta vez conduzimo-la e sem bengaladas à mistura :)
As férias de Verão não eram férias de Verão sem passar uma temporada em sua casa, lá na aldeia. O ponto alto era, para além das cabanas que nos deixava construir à volta da tangerineira e dos feijões-verdes que nos deixava plantar no seu quintal, viajar de mota até à mercearia ou até à igreja. E éramos muitos em cima daquela máquina! No banco ao lado da tia, a minha irmã comigo ao colo, na "mala da mota" encaixava-se um ou dois primos e, de pé, com os pés apoiados na "mala" e seguros ao banco, os mais velhos (que eram os mais fortes e capazes de se segurar bem).
Eram, portanto, umas férias em grande!
(*) E sem barulho nem fumo a envolvê-la pois aquela mota era um verdadeiro atentado ao meio ambiente...
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
My hero!
E quem faz uma maratona, faz um Homem-de-Ferro 70.3 (o chamado "meio Homem-de-Ferro"). Mas para isso, há que treinar e ver se se está em forma num...Triatlo!Um triatlo (distância olímpica) compõe-se por 1,5 km de natação, 40 km de bicicleta e 10 km de corrida. Nada de especial, portanto...
Porém, especial, especial, é o Homem-de-Ferro 70.3 - 1,9 km de natação, 90 km de bicicleta e 21 km de corrida. Principalmente depois de se fazer uma maratona e um triatlo, dois meses antes e uma semana antes, respectivamente. Isso, sim! É de Homem. E de Ferro!
E já está feito, como mostra a imagem :D
Maratona em Hamburgo
O ser humano é fantástico, principalmente quando se predispõe a fazer coisas extraordinárias.
Uma maratona são 42 km. Na maratona de Hamburgo deste ano houve quem os corresse em 2h11m e quem os corresse em 6h35m.
Não é apenas uma competição. É uma festa onde, atletas profissionais e os apaixonados pela corrida, se juntam por um desafio comum: correr uma maratona. Claro que cada um define os seus objectivos num desafio deste tipo: ser o primeiro ou chegar à meta ou acabar em menos de 3h30m ou, até mesmo, não ser o último :) E desengane-se quem pensa que é apenas para gente jovem. É sim, "para quem pode" (quem está preparado fisicamente!): jovens, velhos (até um senhor de 80 anos participou este ano!), homens, mulheres, deficientes motores.
Mesmo não se conhecendo os atletas, quem faz parte do público, sente uma certa obrigação e felicidade (!) em aplaudir os que correm. O público aplaude (e chama pelos nomes que vêem escritos nas camisolas dos atletas) por respeito, por admiração. Admiração por todos aqueles que tiveram coragem de se submeterem ao desafio. E vê-los chegar à meta, é muito bom!
Palavras para quê? Aqui ficam algumas imagens:
P.s.: Obrigada R., por partilhares a tua vida comigo.
Uma maratona são 42 km. Na maratona de Hamburgo deste ano houve quem os corresse em 2h11m e quem os corresse em 6h35m.
Não é apenas uma competição. É uma festa onde, atletas profissionais e os apaixonados pela corrida, se juntam por um desafio comum: correr uma maratona. Claro que cada um define os seus objectivos num desafio deste tipo: ser o primeiro ou chegar à meta ou acabar em menos de 3h30m ou, até mesmo, não ser o último :) E desengane-se quem pensa que é apenas para gente jovem. É sim, "para quem pode" (quem está preparado fisicamente!): jovens, velhos (até um senhor de 80 anos participou este ano!), homens, mulheres, deficientes motores.
Mesmo não se conhecendo os atletas, quem faz parte do público, sente uma certa obrigação e felicidade (!) em aplaudir os que correm. O público aplaude (e chama pelos nomes que vêem escritos nas camisolas dos atletas) por respeito, por admiração. Admiração por todos aqueles que tiveram coragem de se submeterem ao desafio. E vê-los chegar à meta, é muito bom!
Palavras para quê? Aqui ficam algumas imagens:
P.s.: Obrigada R., por partilhares a tua vida comigo.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
"Somos nós que fazemos a nossa vida" by Pedro Rolo Duarte
É por isto que tento seguir o meu coração, mesmo quando ele me pergunta "Mas não devias era estar a pensar em ter filhos?" ou "Mas não devias era pensar em comprar casa?" ou "Mas não devias era trabalhar num restaurante qualquer para ter dinheiro?" ou "Mas não devias ser uma pessoa etiquetada de normal?".
Opá, eu sou feliz assim, pronto! Mas que hei-de eu fazer? E a chatice é que não sou só eu a sentir-me bem com esta situação. O meu companheiro também se sente bem assim. Que fazer? Olha, continuar a ser feliz, porra! :D
terça-feira, 12 de julho de 2011
O blogue "Dicas sobre trabalho na Alemanha"
Estive a "arrumar a casa" e deu nisto: um novo blogue com informações sobre trabalho na Alemanha.
O objectivo é partilhar a minha experiencia pessoal (e opiniões) que possam, de alguma forma, ajudar quem esteja interessado em trabalhar aqui, na Alemanha.
Boa leitura!
O objectivo é partilhar a minha experiencia pessoal (e opiniões) que possam, de alguma forma, ajudar quem esteja interessado em trabalhar aqui, na Alemanha.
Boa leitura!
sexta-feira, 17 de junho de 2011
terça-feira, 14 de junho de 2011
E ainda há quem pense que o mundo não mudou
"Porquê fazer um estágio na BMW?" é o título deste rap. Publicidade pura e simples, não ao produto em si, mas sim, à empresa como local de trabalho e progressão da carreira.
Para mim funcionou!
p.s.: Se pelo menos não tivesse estudado engenharia civil...
quinta-feira, 9 de junho de 2011
terça-feira, 7 de junho de 2011
Em vez de praia... Parque!
O que eu acho fantástico, por estas bandas, é que um piquenique tuga nunca é um "piquenique de tugas". É, sim, mais um "encontro internacional", e as línguas que se ouvem num encontro destes são, pelo menos, três: português, alemão e inglês (tal é a diversidade de nacionalidades nesse encontro). Com sorte dá para desenferrujar o espanhol (portunhol, vá...) e refrescar o francês. O importante não é falar o português ou o alemão, mas sim, comunicar. Se para isso for necessário o uso do inglês, o espanhol, o francês, ou até as mãos e os pés, venha de lá então essa parafernália de línguas!
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Onde Portugal é competitivo
Toda a gente sabe (ou deveria saber) que "Onde Portugal é competitivo é na mão-de-obra qualificada" (Augusto Mateus, in Público)
Só espero que não se chegue a este ponto.
Só espero que não se chegue a este ponto.
Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida
«A princípio é simples, anda-se sozinho,
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se bem no silêncio e no borborinho
bebe-se as certezas num copo de vinho
e vem-nos à memória uma frase batida:
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!
Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo e dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida:
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!
E é então que amigos nos oferecem leito,
entra-se cansado e sai-se refeito
luta-se por tudo o que se leva a peito
bebe-se e come-se se alguém nos diz bom proveito
e vem-nos à memória uma frase batida:
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!
Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
olha-se para dentro e já pouco sobeja
pede-se o descanso por curto que seja,
apagam-se dúvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida:
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!
E enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida:
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!
Entretanto o tempo fez cinza da brasa
outra maré cheia virá da maré vaza
nasce um novo dia e no braço outra asa,
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida:
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!»
sábado, 28 de maio de 2011
Portugal ao olhos da Monocle
Realmente não se passa nada em Portugal. Aliás, Portugal nem sequer existe segundo esta edição da revista Monocle. Portugal é, portanto, aquela parte ocidental de Espanha virada para o Atlântico, onde só existem nuvens, montanhas e alguns campos cultivados. Uma pasmaceira de pedaço de terra. Como querem que se passe lá alguma coisa?
Até é rara a edição desta revista que não traga algo sobre Portugal: um negócio inovador, um produto de excelência, a descrição de uma cidade... Porém, ver este mapa de Espanha na minha Monocle, foi... Uma desilusão.
E eu que até a adoro ler.
Em Portugal não se passa nada
Gosto de ler as notícias. Porém, gosto mais ainda de ler os respectivos comentários porque, de vez em quando, aparece um ou outro que têm sentido para mim. Como este aqui, sobre um texto de Pedro Santos Guerreiro:
"PSG, em Portugal o q há ? Em Portugal há Vivas ao Sócrates (agora este tb é fixe), Há vivas ao PPC, há ‘avante camarada Jerónimo’, há ‘força, força’ companheiro Louçã e claro, beijinhos, mt beijinhos das ‘pipis’ do CDS ao Tio Portas. É o q há em Portugal. Tudo é instrumentalizado, o povo é fácil de instrumentalizar, é a herança da ditadura q amordaçou este povo, que lhe roubou a capacidade de pensar pela sua própria cabeça, de agir em seu favor, de dar um grito e dizer basta sem que n tenha q instintivamente olhar p traz p ver se n está lá alguém q o prenda. Não sei quantas gerações vão ter vir até q este estigma seja consumido, n sei sequer se restará alguém neste cantinho p se levantar deste sono dormente, a não ser p fugir p outras paragens. Aqui n se passa nada, há demasiados anos." (guimas23, in Jornal de Negócios)
"PSG, em Portugal o q há ? Em Portugal há Vivas ao Sócrates (agora este tb é fixe), Há vivas ao PPC, há ‘avante camarada Jerónimo’, há ‘força, força’ companheiro Louçã e claro, beijinhos, mt beijinhos das ‘pipis’ do CDS ao Tio Portas. É o q há em Portugal. Tudo é instrumentalizado, o povo é fácil de instrumentalizar, é a herança da ditadura q amordaçou este povo, que lhe roubou a capacidade de pensar pela sua própria cabeça, de agir em seu favor, de dar um grito e dizer basta sem que n tenha q instintivamente olhar p traz p ver se n está lá alguém q o prenda. Não sei quantas gerações vão ter vir até q este estigma seja consumido, n sei sequer se restará alguém neste cantinho p se levantar deste sono dormente, a não ser p fugir p outras paragens. Aqui n se passa nada, há demasiados anos." (guimas23, in Jornal de Negócios)
quinta-feira, 26 de maio de 2011
'Tá tudo lixado...
P.s.: Para ter legendas em inglês, clicar em "CC" (canto inferior direito do vídeo) e seleccionar.
sábado, 21 de maio de 2011
Um comentário que virou "post"
Relacionado com este texto:
Ana disse...
"O que se passou? Nada de especial, espero :) Só acho que este pedido de informações soa mais a um "pedido da papinha toda feita" :)
Existe todo um "trabalho de casa" que é preciso fazer se se quiser arranjar trabalho fora de Portugal. E quem pensa que pode saltar este passo, mandando um mail aqui à Je, à espera que eu lhe envie uma lista de "do and dont's", bem pode esperar pela resposta :) Aliás, aqueles que me contactaram com perguntas construtivas sabem bem que sou rápida a responder ;) Aqueles que gostam de mandar o barro à parede a ver se cola, bem podem ir perguntar a outro lado (se é que encontram). Este blogue já tem IMENSA informação útil sobre o assunto. Quem estiver interessado no assunto, que procure e que sim, perca tempo e paciência a lê-lo. E parem de pensar que arranjar trabalho por aqui é para Chicos-espertos. Irrrrrra!
p.s.: Tenho a certeza de que aqueles que me contactaram com perguntas construtivas, estão neste momento todos a trabalhar por estas bandas :D Pois eles sabiam o que tinham de fazer para o conseguirem, isto é, puxar pela cabeça."
Ana disse...
"O que se passou? Nada de especial, espero :) Só acho que este pedido de informações soa mais a um "pedido da papinha toda feita" :)
Existe todo um "trabalho de casa" que é preciso fazer se se quiser arranjar trabalho fora de Portugal. E quem pensa que pode saltar este passo, mandando um mail aqui à Je, à espera que eu lhe envie uma lista de "do and dont's", bem pode esperar pela resposta :) Aliás, aqueles que me contactaram com perguntas construtivas sabem bem que sou rápida a responder ;) Aqueles que gostam de mandar o barro à parede a ver se cola, bem podem ir perguntar a outro lado (se é que encontram). Este blogue já tem IMENSA informação útil sobre o assunto. Quem estiver interessado no assunto, que procure e que sim, perca tempo e paciência a lê-lo. E parem de pensar que arranjar trabalho por aqui é para Chicos-espertos. Irrrrrra!
p.s.: Tenho a certeza de que aqueles que me contactaram com perguntas construtivas, estão neste momento todos a trabalhar por estas bandas :D Pois eles sabiam o que tinham de fazer para o conseguirem, isto é, puxar pela cabeça."
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Trabalho na Alemanha - Como NÃO pedir-me informações
"Ola,
Acabei de ver um post teu no site http://mindthisgap.blogspot.com, a contares a tua aventura na Alemanha. Eu também sou engenheiro civil e como isto aqui em Portugal está complicado de arranjar trabalho, estou a ver se consigo arranjar trabalho no estrangeiro. Que dicas é que podes dar, especialmente ai na Alemanha, para eu conseguir arrajnar ai um emprego.
Com os melhores cumpreimentos"
p.s.1: É por isso que "só alguns" portugueses o hão-de conseguir. Outros, nem por isso.
Acabei de ver um post teu no site http://mindthisgap.blogspot.com, a contares a tua aventura na Alemanha. Eu também sou engenheiro civil e como isto aqui em Portugal está complicado de arranjar trabalho, estou a ver se consigo arranjar trabalho no estrangeiro. Que dicas é que podes dar, especialmente ai na Alemanha, para eu conseguir arrajnar ai um emprego.
Com os melhores cumpreimentos"
p.s.1: É por isso que "só alguns" portugueses o hão-de conseguir. Outros, nem por isso.
quinta-feira, 19 de maio de 2011
E logo desta vez...
... que já chegou o envelope verde para a emigrante votar, meu caro Pedro :D
Onde está o botão que diz "neustarten"?
domingo, 15 de maio de 2011
Dois milhões, dizem...
O que se comenta (*) por aí sobre a necessária mão-de-obra estrangeira qualificada, na Alemanha.
Aqui.
(*) Não esquecer de ler os comentários ;)
Aqui.
(*) Não esquecer de ler os comentários ;)
quarta-feira, 27 de abril de 2011
segunda-feira, 18 de abril de 2011
sábado, 16 de abril de 2011
Ora aí está tudo o que precisam
E em português. E esta, hei?
(hmm... Ou se calhar não... Lá está: o primeiro passo para encontrar emprego na Alemanha é aprender alemão. Ninguém dá nada a ninguém!)
(hmm... Ou se calhar não... Lá está: o primeiro passo para encontrar emprego na Alemanha é aprender alemão. Ninguém dá nada a ninguém!)
sexta-feira, 15 de abril de 2011
quarta-feira, 13 de abril de 2011
E quatro anos se passaram...
Hmm... Começo a ter a sensação de que realmente por estes lados, Alemanha, a coisa "pia de maneira diferente" em relação ao mercado de trabalho.
(Eu teimo em pensar que o ritmo da evolução de certas coisas, aqui e em Portugal, se mantêm igual. Mas se calhar não...)
Em quatro anos aprendi a resumir o meu CV num flyer para levar a feiras industriais, onde, por sua vez, aprendi a apresentar-me como potencial trabalhadora; aprendi que existem entrevistas de trabalho via telefone e que nesse caso o meu sorriso lindo de nada serve; aprendi que colocando o meu CV na internet as empresas de recrutamento vêm até mim; e estou a ponderar criar uma página web para colocar o meu CV acessível a todos via internet (evitando assim a chatice de quem o recebe em forma doc tamanho 6MB).
Interessante...
Alguém me pode dizer como é em Portugal hoje em dia? Como se prepara o pessoal que anda à procura de emprego? Há sete anos sei eu como era e não incluía nada das coisas que descrevi acima. Se preferirem podem enviar as respostas para o meu mail :)
p.s.: Ah! E aprendi a enviar fotos ao pessoal utilizando o Picassa.
Foto daqui.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Coisas que me fazem reflectir
"Não existe pobreza. Existe, sim, uma má distribuição da riqueza. Porque nunca antes houve tanto dinheiro como agora."
Fonte: desconhecida
p.s.: Isto e as legislativas antecipadas em Portugal :S
Fonte: desconhecida
p.s.: Isto e as legislativas antecipadas em Portugal :S
Porque até sou uma tipa porreira
Eu já aqui tinha dito que este blogue não tem qualquer intenção de servir de "empresa de recrutamento para portugueses" :)
Mas como sou uma tipa porreira, aqui fica uma dica para arquitectos :)
Quem quiser ir passar uns mesitos à Polónia, é só candidatar-se aqui.
Mas como sou uma tipa porreira, aqui fica uma dica para arquitectos :)
Quem quiser ir passar uns mesitos à Polónia, é só candidatar-se aqui.
terça-feira, 5 de abril de 2011
Três anos, três dias e três limões.
Três anos depois chegámos à conclusão que andávamos a comer raspas de "limão com casca imprópria para consumo". Nunca pensei que era isso que as letrinhas pequeninas escritas na etiqueta dissessem.
Hoje, fui mais uma vez comprar fruta e legumes ao meu local favorito: qualquer loja turca. É que lá encontra-se fruta mesmo fresca (daquela que aguenta mais de três dias e que sempre sabe a alguma coisa) e verduras mesmo tenrinhas (com ar de acabadinhas de apanhar).
Na loja, com o cesto das compras quase cheio, ainda escolho três limões. Mas a mim já não me enganam! Que eu andei três anos a raspar casca de limão para tudo o que era saladinha de alface, cogumelos fritinhos em alho, e até em doce de ovos caseirinho feito por moi(!). E vai-se a ver, a casca era imprópria para consumo...
Na caixa para pagar:
Ana: - "Desculpe, mas sabe-me dizer se a casca destes limões são próprias para consumo?" (ok, se calhar saiu mais um "sabe se se podem comer as cascas destes limões?")
Empregada da caixa: - "Se conseguir... (pausa) Nós usamos em bolos. Mas comer, assim... Deve dar."
:D Exacto! A empregada da caixa pensou o mesmo que eu: o normal é a casca do limão ser própria para consumo, seja ela para ser comida em bolos ou a cru às lascas :D
Foto daqui.
domingo, 3 de abril de 2011
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Aviso às meninas
Querem ficar sem celulite? Passem mês e meio na Tailândia na época de calor. É que essa época é uma espécie de "Banho Turco 24 / 24 horas" :D
p.s.: Há 15 anos que esperava por este momento ;)
p.s.: Há 15 anos que esperava por este momento ;)
quarta-feira, 30 de março de 2011
segunda-feira, 28 de março de 2011
Carta ao Marco
Olá, Marco!
E eu, antes de mais, quero agradecer-te pelo mail que envias, sem qualquer pergunta do género "como é que se arranja um trabalho na Alemanha?". É que 90% dos mails que recebo são com esta "pergunta simples" (como alguns até me dizem).
Admiro-te por teres ido, e decidido pôr de lado (por enquanto ;) ) o canudo da universidade.
É triste chegarmos a este ponto em que pessoal com formação superior, para se aguentar, tem de pôr o canudo de lado. E não falo só no pessoal português, mas em geral.
Também os alemães estão a chegar lá, "ao ponto", de uma forma diferente: nunca veremos um engenheiro civil alemão a ter de aceitar um trabalho de servente para ganhar dinheiro, veremos sim, a preferência das empresas por um engenheiro civil português em vez de um alemão. Já referi aqui, neste blogue, que a formação académica de um engenheiro civil alemão, está cada vez mais "pobre", resultado dos cursos serem cada vez menos exigentes (palavras do meu antigo chefe alemão e, já agora, do partido da Sra. Merkel. Ou pensam que é só em número que somos precisos?). Muito menos exigente do que nas universidades portuguesas (por enquanto!). E essa é, realmente, a nossa arma. Também caminharemos para a situação alemã, em que os nossos postos de trabalho (engenheiros civis) serão ocupados por engenheiros de outros pontos do mundo (como já acontece em outras áreas). Ainda lá não chegámos. Mas chegaremos!
Enquanto isso não acontece, há que aproveitar as brechas / oportunidades que aparecem, e continuar a ocupar os lugares que os engenheiros alemães não conseguem ocupar. Pelo menos, até se dar a Revolução da Geração À Rasca, em versão Deutsch. Até lá, enquanto eles andarem entretidos com formações profissionais e subsídios de desemprego, toca a aproveitar! Porque esta "mama", que anda a secar há já uns anos, vai acabar de vez!
Coitados dos meus putos quando perceberem que também a geração dos seus pais lixou a deles...
Mas isso, deixa-se para pensar depois, como temos vindo a fazer há pelo menos 50 anos em Portugal. É que a Esperança Lusitana tarda em morrer. E enquanto houver Esperança...
Felicidades e toca a desenvolver esse alemão ;)
Ana
E eu, antes de mais, quero agradecer-te pelo mail que envias, sem qualquer pergunta do género "como é que se arranja um trabalho na Alemanha?". É que 90% dos mails que recebo são com esta "pergunta simples" (como alguns até me dizem).
Admiro-te por teres ido, e decidido pôr de lado (por enquanto ;) ) o canudo da universidade.
É triste chegarmos a este ponto em que pessoal com formação superior, para se aguentar, tem de pôr o canudo de lado. E não falo só no pessoal português, mas em geral.
Também os alemães estão a chegar lá, "ao ponto", de uma forma diferente: nunca veremos um engenheiro civil alemão a ter de aceitar um trabalho de servente para ganhar dinheiro, veremos sim, a preferência das empresas por um engenheiro civil português em vez de um alemão. Já referi aqui, neste blogue, que a formação académica de um engenheiro civil alemão, está cada vez mais "pobre", resultado dos cursos serem cada vez menos exigentes (palavras do meu antigo chefe alemão e, já agora, do partido da Sra. Merkel. Ou pensam que é só em número que somos precisos?). Muito menos exigente do que nas universidades portuguesas (por enquanto!). E essa é, realmente, a nossa arma. Também caminharemos para a situação alemã, em que os nossos postos de trabalho (engenheiros civis) serão ocupados por engenheiros de outros pontos do mundo (como já acontece em outras áreas). Ainda lá não chegámos. Mas chegaremos!
Enquanto isso não acontece, há que aproveitar as brechas / oportunidades que aparecem, e continuar a ocupar os lugares que os engenheiros alemães não conseguem ocupar. Pelo menos, até se dar a Revolução da Geração À Rasca, em versão Deutsch. Até lá, enquanto eles andarem entretidos com formações profissionais e subsídios de desemprego, toca a aproveitar! Porque esta "mama", que anda a secar há já uns anos, vai acabar de vez!
Coitados dos meus putos quando perceberem que também a geração dos seus pais lixou a deles...
Mas isso, deixa-se para pensar depois, como temos vindo a fazer há pelo menos 50 anos em Portugal. É que a Esperança Lusitana tarda em morrer. E enquanto houver Esperança...
Felicidades e toca a desenvolver esse alemão ;)
Ana
quarta-feira, 23 de março de 2011
O cenário perfeito.
Todos os dias o casal aparecia por volta das dez da manhã. Deviam ter a idade dos meus pais ou até menos. As suas peles douradas quase caramelizadas diziam gostar de praia, do sol e do mar. Durante duas semanas, duas vezes por dia, iam juntos banhar-se na água daquela praia. E que praia linda, onde se banhavam. A água era translúcida e morna, perfeita para passar o tempo que quisessem dentro dela, afastada de tudo e de todos. Naquelas águas os corpos não boiavam, dançavam, flutuavam! As pequenas ondas envolviam-nos, a ele e a ela, gentilmente, como que se os acariciassem, como se soubessem que o dourado da sua pele era do cansaço provocado pelo sol. Mas o sol é maravilhoso...
Duas vezes por dia, ela colocava os seus braços por cima dos ombros dele, e abraçando o seu pescoço, deixava-se deslizar sobre a areia enquanto seus pés desenhavam sulcos até ao mar. Pareciam um só corpo, naquele trajecto: ele forte, apertando-a em seus braços, e ela confortável, submissa àquele embalo.
E ali ficavam no mar, flutuando ao sabor das pequenas ondas do mar, desprovidos das amarras gravíticas que sentiam quando estavam em terra.
Quando seus corpos se encontravam saciados da leveza que o mar lhes proporcionava, voltavam, da mesma forma que os tinha feito ali chegar: como um só corpo.
Imagino que dissessem palavras de amor enquanto caminhavam juntos. Sim, aquele “um só corpo”, era amor. Porque eu acredito no amor que resiste a cadeira de rodas e outras fatalidades da vida.
E tudo se parecia completar, como um lindo e perfeito puzzle, no momento em que duas raparigas, suponho suas filhas, não muito mais jovens que eu, se juntavam ao cenário. Aí, sim, era o cenário perfeito.
domingo, 20 de março de 2011
Limpeza de uma praia tailandesa
Ao que parece, a comunidade imigrante birmanesa não é bem aceite aqui, na Tailândia. É um assunto delicado. Aos birmaneses é-lhes restringida a deslocação livre pela Tailândia, a inscrição dos seus filhos em escolas tailandesas, e até (para nosso espanto), a sua concentração em grupo na rua. Ser-se birmanês, não é um bom cartão-de-visita por estes lados, está visto.
É neste cenário que organizações não-governamentais vão surgindo para ajudar na sua integração na sociedade tailandesa, nomeadamente a escola Grassroots Human Rights Education and Development (para a qual há dois meses enviei o meu CV para trabalhar como voluntária e ainda espero resposta :) Mas adiante...).
A WD, escola de mergulho que o R. frequenta, tem procurado ao longo dos anos desenvolver actividades conjuntas com esta escola. Tanto a nível de educação ambiental como proporcionando-lhes um dia diferente, longe da discriminação que sofrem por serem birmaneses. E assim, surgem vários workshops de reciclagem de lixo, workshops sobre a vida marinha da região, e limpezas periódicas de praias.
A última limpeza de praia realizou-se há dois dias e tive oportunidade de participar. Acho que me tinha dado muito bem a trabalhar com estes miudos, se tivesse sido aceite nesta escola como voluntária. Mas o Universo lá achou que nao :)
Afinal, afinal...
... Sempre vim fazer argamassa para a Tailândia :)
Talvez nem todos saibam, mas viemos para a Tailândia por mês e meio para o R. tirar um curso de Dive Master (guia de mergulho).
Enquanto ele "aprende a ser peixe", passo os meus dias a relaxar e sim, a apanhar muitos banhos de sol e mar, já que a minha tentativa de trabalhar como voluntária, por aqui, saiu furada.
O curso que o R. frequenta não abrange apenas as questões ligadas com o mergulho em si, mas também assuntos como "recuperação de ambientes de vida aquática", "ecologia", "solidariedade", alguns dos quais tive a oportunidade de participar. Primeiro, ajudando a construir um recife artificial para peixinhos e seus predadores :) , e depois ajudando numa limpeza de praia, em colaboração com uma escola de crianças birmanesas.
Já tinha saudades de "meter a mão na massa" (se bem que na obra nunca tive esta oportunidade). Os meus trabalhadores iriam ficar orgulhosíssimos de me verem de espátula para reboco na mão! Ah, se pelo menos o Sr. Henrique e o Sr. Manuel pudessem ver as fotos!
terça-feira, 15 de março de 2011
Thailand, land of contrasts
A Tailândia é um país de contrastes.
Se por um lado o seu sistema de separação e reciclagem de lixo chega a qualquer ilhota remota, por outro as ruas cheiram mal pelos mesmos caixotes não serem lavados com uma frequência desejável; se por um lado os autocarros turísticos que fazem a ligação de pequenas vilas a Banguecoque são do mais moderno, com duas WCs e hospedeiras a bordo, por outro é habitual ver quatro pessoas a andar em cima de uma mota e sem capacetes; se por um lado tem um hospital em Phuket de impressionar qualquer profissional de saúde português, por outro vêem-se bancas de rua a venderem espetadas, onde a carne crua se encontra à exposição de 30°C, à espera de ser comprada e finalmente colocada na grelha.
Para não falar que se por um lado o povo tailandês é do mais tolerante e calmo e sorridente que há ("Thailand, land of smiles"), por outro, quando ultrapassado o seu "limite de tolerância", é capaz de mostrar o pior que há em si. Como o Yin e o Yang: ora está tudo calmo, ora está tudo f*****!
sábado, 26 de fevereiro de 2011
O que não se explica
Lembro-me daqueles dias em que, de férias com os amigos, íamos para a praia por volta das dez da manhã, e regressávamos para as tendas de campismo só depois de ver o pôr-do-sol (por volta das nove da noite). As cores eram sensacionais! Laranja-avermelhado a tocar na cor de prata do mar.
Só depois de todo este espectáculo, e ainda com sal colado ao corpo cansado de tanto sol, é que o pessoal se dirigia para o parque de campismo para tomar banho e preparar algo para comer (entenda-se por esparguete com atum :) Ou salsichas!).
Uma das razões pelas quais o dia, aqui, na Tailândia passa tão devagar e ao mesmo tempo tão depressa, é que o sol põe-se às seis e meia da tarde, e como os mosquitos adoram devorar carnuça a essa hora, toca a arrumar a trouxa para regressar rapidamente aos bungalows. Em meia horita (vá, uma hora) estamos prontos para procurar um sítio para jantar. No ano passado, quando estivemos em Koh Chang, chegámos a deitar-nos às sete da tarde por não haver nada para fazer, a não ser, ser-se comido pelos mosquitos.
Claro, que os mosquitos são apenas uma das pequenas desvantagens em passar férias por estes lados. Desvantagem essa que acabamos por esquecer, mesmo quando no dia seguinte passamos o dia a coçar as pernas até fazer ferida. Desta vez, até se têm portado melhor, os mosquitos. Só me têm atacado enquanto durmo, e sem me acordar :D
Hoje foi daqueles dias que passei umas quatro horas na praia e ainda lá continuava por mais duas... Como é que se explica a uma pessoa do norte da Europa esta sensação maravilhosa, de passar o dia deitada na praia sem fazer nada? Sem planear nada? Apenas a ouvir o mar e a sentir a areia nos pés...
Alguém já me respondeu: "Ana, não se explica."
Só depois de todo este espectáculo, e ainda com sal colado ao corpo cansado de tanto sol, é que o pessoal se dirigia para o parque de campismo para tomar banho e preparar algo para comer (entenda-se por esparguete com atum :) Ou salsichas!).
Uma das razões pelas quais o dia, aqui, na Tailândia passa tão devagar e ao mesmo tempo tão depressa, é que o sol põe-se às seis e meia da tarde, e como os mosquitos adoram devorar carnuça a essa hora, toca a arrumar a trouxa para regressar rapidamente aos bungalows. Em meia horita (vá, uma hora) estamos prontos para procurar um sítio para jantar. No ano passado, quando estivemos em Koh Chang, chegámos a deitar-nos às sete da tarde por não haver nada para fazer, a não ser, ser-se comido pelos mosquitos.
Claro, que os mosquitos são apenas uma das pequenas desvantagens em passar férias por estes lados. Desvantagem essa que acabamos por esquecer, mesmo quando no dia seguinte passamos o dia a coçar as pernas até fazer ferida. Desta vez, até se têm portado melhor, os mosquitos. Só me têm atacado enquanto durmo, e sem me acordar :D
Hoje foi daqueles dias que passei umas quatro horas na praia e ainda lá continuava por mais duas... Como é que se explica a uma pessoa do norte da Europa esta sensação maravilhosa, de passar o dia deitada na praia sem fazer nada? Sem planear nada? Apenas a ouvir o mar e a sentir a areia nos pés...
Alguém já me respondeu: "Ana, não se explica."
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Não tenho dinheiro mas tenho braços!
Khao Lak foi dos sítios mais afectados pelo Tsunami de 2004.
Sem emprego e sem dinheiro, mas com tempo de sobra por Khao Lak, a minha intenção foi, desde sempre, oferecer-me como voluntária numa ONG local (cheguei mesmo a enviar candidatura à qual ainda hoje espero resposta). Finalmente tinha chegado a oportunidade de ajudar uma comunidade, que tanto sofrera.
Desilusão das desilusões, quando me apercebi que para se ser voluntário, p.ex. na escola que fica a 100 metros onde estamos alojados, tem de se "pagar". Ou seja, para seres professor voluntário, tens de fazer uma doação e só depois é que podes ensinar. Não é que não perceba que as doações sejam parte determinante para o sucesso de uma ONG, principalmente tratando-se de uma escola, onde são necessários materiais escolares para os alunos. Agora, o que não entendo é este "caminho único": se queres ser voluntário, paga. Porque não posso pagar com o meu trabalho?
Ora eu, desempregada e entretida com ginásticas financeiras, não me passa pela cabeça ir pagar para trabalhar de borla. Trabalharia de borla com todo o prazer, a ajudar o Outro. Agora, pagar para o poder fazer...? E com que dinheiro?
É triste... Querer e poder fazer algo por uma comunidade que tanto sofreu, e não poder. Por não se ter dinheiro :/ É triste... Verificar que a palavra voluntariado já teve, em tempos, outros significados...
Ao que parece vou ter de me conformar com as minhas idas diárias à praia, apanhar banhos de sol e de mar.
É que nem como voluntária me querem a trabalhar! Bolas... Há qualquer coisa que o universo me quer dizer e que eu ainda não percebi :)
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Definitivamente, Segunda-feira.
(chat)
R.: Oi linda
me: Oi lindo
R.: Andar de comboio é tipo caca
me: Chama-se U-Bahn, R.. Ou S-Bahn. De que andaste tu??
R.: Ambos
R.: Olha, vais empacotar tudo hoje? Para ver o que ainda posso meter na tua mala?!
me: "empacotar"???? Oh meu amigo... Diz-se: “fazer as malas”!!!!! Que eu não vou enviar nada pelo correio!!!!
R.: Oi linda
me: Oi lindo
R.: Andar de comboio é tipo caca
me: Chama-se U-Bahn, R.. Ou S-Bahn. De que andaste tu??
R.: Ambos
R.: Olha, vais empacotar tudo hoje? Para ver o que ainda posso meter na tua mala?!
me: "empacotar"???? Oh meu amigo... Diz-se: “fazer as malas”!!!!! Que eu não vou enviar nada pelo correio!!!!
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Anita na Tailândia - parte 2
E vai a ver-se, estou de malas feitas para ir para a Tailândia, com voo já na próxima 3ª-feira. É isso mesmo: vou viver para a Tailândia.
Mas volto em Abril :) que é quando o sol brilha de novo em Hamburgo. Para aqueles que estavam a pensar em nos visitar no Carnaval, aqui a Hamburgo, adiem lá esses planos, porque não será este ano que o festejamos juntos.
Sim, viveremos numa cabana, quase à beira mar. E teremos todos os dias sol e calor. E paisagens maravilhosas. E depois, vamos voltar a sentir aquela sensação “NÃO QUERO VOLTAR PARA CASA!!“.
Se a coisa correr bem na Tailândia, ainda fico mas é por lá a vender cocos na praia.
“Olha o coooooco! É para a menina e para o bacooooco!”
Na véspera da minha partida para a Tailândia ainda vou a uma entrevista de trabalho, numa empresa do ramo da energia eólica (tudo a torcer por mim depois de amanhã, ok? ‘Brigadinha).
Prometo manter-vos a par das nossas aventuras. Fotos não irão faltar e tempo para as mandar também não :) Mas desengane-se quem pensa que vou andar a passear por toda a Tailândia. Bem gostaria mas como todos sabemos, “quando se tem dinheiro, não se tem o tempo, e quando se tem o tempo, não se tem o dinheiro”… ;)
Claro que vou estar on-line, por mail ou aqui.
Bom, bjs até qualquer dia!
Ana
p.s.: Hmm… Ora aí está uma boa ideia: aprender tailandês.
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Jornalismo sério sobre Portugal
Nesta altura do campeonato, em que a Europa está em crise, o que vende mesmo são palavras como "miséria" e "fome". Por isso, nem interessa se a pessoa não disse essas palavras nesta entrevista, onde (minuto 0:33) em português se ouve a senhora a dizer “… pessoas que têm de pagar infantários, e outras situações, e não há dinheiro“ e o jornalista alemão traduz para “pessoas que não conseguem pagar o infantário e até passam fome“, e onde (minuto 1:04) em português se ouve o senhor dizer “…a minha terra é Coimbra…“ e o jornalista traduz para alemão “e agora passo fome“.
Isto é que é jornalismo* a sério!
Parece que estou a ver o P., o nosso amigo “emigrante na França”, a contar que por lá se pensa que Portugal está como há 40 anos atrás porque as reportagens que passam sobre o nosso país têm sempre como personagens senhoras do campo, de uma certa idade, que já não têm pachorra para fazer o buço :)
* "Jornalismo é a actividade profissional que consiste em noticiar dados factuais e divulgar informações sob a forma de som, texto ou imagem. Outra definição possível de jornalismo é a prática de coligir, redigir, editar e publicar informações sobre eventos da actualidade." (Usei a Wikipedia já que no dicionário Priberam é apenas definido como Profissão ou actividade de jornalista.)
domingo, 23 de janeiro de 2011
Desempregada.
Para quem ainda não sabe, voltei a ficar desempregada.
Os textos deste blogue sempre foram escritos com muito carinho e “energia positiva”… Para que o pessoal não perdesse a motivação de ir em frente e procurar novos rumos na sua vida, tal como eu fiz.
Mas a questão é que tenho recebido mails a pedir informação disto e daquilo, e se a empresa onde trabalho :) está a recrutar pessoal.
Acho que está na altura de contar mais um episódio da minha aventura por estas terras, principalmente agora que o partido a Sra. Merkel veio dizer que a Alemanha quer recrutar pessoal especializado português (e espanhol).
De Junho a Setembro de 2010 estive a fazer formação na área da energia solar e eólica. Formação esta que paguei na íntegra do meu bolso (3.000€ para falarmos de números). Nessa formação conheci pessoal na mesma condição que eu, com formação superior, mas sem trabalho. Eu era a mais nova do grupo pois a faixa etária média devia rondar os 45 anos. Éramos uma turma bastante dinâmica e colaboradora, um ambiente que não estava à espera de vir encontrar numa acção de formação. Todos se ajudavam uns aos outros, davam dicas sobre como optimizar o projecto da equipa vizinha, e sugestões de como tornar as aulas ainda mais interessantes. As alegrias eram partilhadas bem como as frustrações. E quando falo de frustrações refiro-me ao facto de pessoas com 45 anos, com família para sustentar, que foram despedidas e se viram obrigadas a começar tudo de novo. É, portanto, com este pessoal que nós, portugueses, temos de concorrer! Engenheiros civis, engenheiros electrotécnicos, arquitectos, técnicos de várias áreas, etc. (para aqueles mais distraídos que dizem lerem o meu blogue mas que insistem em escrever-me a perguntar este tipo de informação).
O fim da nossa formação em energia eólica coincidiu com a realização da maior feira de eólicas do mundo. Decidimos organizar-nos e deslocar-nos a Husum. É verdade, esta feira realiza-se na Alemanha mas não numa cidade como Berlim, ou Hamburgo, ou até Estugarda. Realiza-se numa cidadezinha, a 140 km de Hamburgo, para norte, chamada Husum.
Tudo o que se passa na área da energia eólica a nível mundial, se passa ali, durante uma semana, onde empresas como a Repower, Nordex, Vestas, Suzlon, Wind Power, …, se fazem representar.
A deslocação a essa feira tinha um objectivo para todos nós: apresentarmo-nos às empresas como pessoal especializado e disponível para trabalhar para qualquer uma delas. Íamos atrás de um sonho, o de conseguir trabalho numa grande empresa na área das eólicas.
Eu fui das únicas que consegui realizar o sonho. Numa das minhas investidas, contactei com uma das empresas e passado uma semana, tal como me tinham prometido, telefonaram-me para marcar uma entrevista.
A entrevista correu muito bem e ofereceram-me a possibilidade de começar com um estágio, remunerado, de dois meses. Aceitei, claro! A empresa dedicava-se apenas a dimensionar as torres eólicas e nada tinha a ver com produção de energia (assunto abordado na tal formação que tinha feito). Dimensionamento de estruturas era algo em que não tinha qualquer experiência profissional e o meu último contacto com tensões, resistência dos materiais, momentos de inércia, tensões de rotura, etc., tinha sido durante o meu curso na universidade. Há 6 anos, portanto.
Um mês e uma semana depois do início do meu estágio já tinha terminado a tarefa para a qual tinha sido contratada :) Os elogios vieram e a intenção de me ter na equipa para 2011, também. As minhas bases em matemática e física tinha-os impressionado, bem como a minha capacidade de procurar resolver os problemas com base na teoria, sozinha (a nossa maior vantagem, como portugueses: somos autodidactas. Obrigada, F.C.T.U.C.!). Várias eram as vezes que se viravam para mim e perguntavam “Tens dúvidas, Ana?” e eu respondia “Não. Pelo menos, por enquanto…”
Na véspera de ir para Portugal, passar o Natal em família, dia em que pensava que ia conversar sobre o meu contrato para 2011, recebo a notícia que afinal a empresa não teria capacidade financeira para me contratar porque iriam entrar em processo de insolvência.
Caiu-me tudo por terra…
Chegada a Portugal, sempre que me perguntavam como ia o trabalho, respondia sempre “muito bem!”. Só passado 3 dias tive coragem de dizer aos meus pais, que mais uma vez, estava desempregada. Porque na verdade fica-se sem forças para se explicar e contar a mesma história, vezes sem conta… E quando se emigra, e se submete a ficar longe da família e amigos, é para se ir para uma situação melhor.
Pela terceira vez tenho de recomeçar o processo de encontrar emprego na Alemanha. Reescrever o CV, cartas de apresentação, estudar o mercado de oferta de emprego.
Portanto, se calhar é a minha vez de perguntar aos meus leitores, como tantas vezes me perguntaram a mim via e-mail, “não me arranjam um trabalhito?”
Agora que saiu a notícia que a Alemanha quer recrutar pessoal especializado português, já estou a imaginar a minha caixa de correio cheia de “pedidos de informação”.
Pessoal: a notícia não é novidade! :) E não diz nada de novo: países como a Alemanha sempre procuraram pessoal especializado, sejam eles alemães, tugas ou até chineses. A questão é que o pessoal alemão é caro e é pouco; aos chineses ninguém os quer ver nem pintados e são precisos na China para concorrerem com países como a Alemanha. Sobra o pessoal dos países do sul da Europa, que tem boa formação (que não fica atrás de nenhuma outra de um país do norte da Europa!) e que está à rasca, sem emprego, e por isso é pessoal barato. Mas qual é a novidade??? Foi preciso verem a notícia escrita no jornal para acordarem para a vida?
Agora, o caminho até ao mercado de trabalho alemão, ou até qualquer outro, faz-se “puxando pela cabeça”. O pessoal aqui é exigente na recepção das candidaturas. Não é como em Portugal que existe sempre alguém que conhece alguém, que pode confirmar com um simples telefonema os dados que escrevem no vosso CV (quando não é por cunha…). Aqui a cunha, chamada Vitamina B, também existe! Mas essa é para os alemães :) Os restantes, como nós, temos de mostrar no papel o que valemos. E sobre essa matéria, neste blogue já existe muita informação. Por isso, façam o trabalho de casa, e por favor, não me entupam a caixa de correio electrónico com pedidos de informação e, principalmente, de trabalho!! :D
P.S.: Estou mesmo a precisar de carregar as baterias… Há por aí alguém com “energia positiva a mais” que me possa transferir um bocadinho? Agradecida.
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