sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Natal à porta


Por aqui, a época Natalícia já chegou no mês de Outubro. As ruas já se encontram iluminadas e as árvores de Natal já foram distribuídas pelas lojas e praças. O Mercado de Natal de Hamburgo já abriu na Rathaus e por lá vai ficar até dia 31 de Dezembro. O pessoal que vem cá passar férias vai poder deslumbrar-se com as luzes, com os enfeites, com o vinho quente, e até com a viagem do Pai Natal por cima das suas cabeças. O giro é ver o trenó a andar de marcha-a-trás! (um cabo de aço, com cerca de 100 metros, puxa um trenó com um pai Natal, de uma ponta à outra do mercado. Não dá propriamente para fazer inversão de marcha, né?...).
Para aqueles que estavam a pensar em gastar as férias da Páscoa em Hamburgo... Tss, tss! Já comprámos as viagens de avião até Portugal para a altura da Páscoa. E pode ser que leve companhia polaca ou espanhola. Bolas, já basta passar o Natal por estas bandas. :S Fomos convidados para passar o Natal em casa da Christine, a nossa amiga alemã que se casou em Maio. E vamos aceitar. Não será com a nossa família, mas sempre é mais acolhedor do que passarmos só os dois. Ainda temos é de pensar no que vamos levar para pôr no saco do Pai Natal. Alguma sugestão?

As aulitas de alemão lá continuam... A Aqua foi embora (aquela menina que ficava com dores de cabeça só de tentar falar a língua alemã) depois de ser "convidada" a sair da escola. Pois é... Tudo se passou num lindo dia de chuva em HH, em que ela se passou e virou a sua mesa de trabalho para o chão... O professor que nesse dia nos dava aulas, coitado (era a 2ª vez que nos dava aulas)... Nem sabia o que dizer. Ainda não sabia o que a casa gastava! E lá teve de se explicar ao professor: "Não se preocupe! É a Aqua! Nós já sabemos como ela é... Já estamos habituados..."
Normalmente Aqua chegava meia hora atrasada às aulas. Mas no dia seguinte do "Virar a Mesa", Aqua deslocou-se à nossa sala às 10 horas em ponto. Dirigiu-se ao placar que existe na nossa sala, com as datas de aniversário de toda a gente (incluindo a dela), e com caneta de feltro fez um borrão preto no nome dela e na data dela. Eu não assisti à cena, mas quando vi o resultado, até o som arrepiante da caneta no papel conseguia imaginar. Uuuuiiiiii!
E foi embora.
Sim, ela não batia bem. Mas no princípio até que disfarçou!

Arranjei 3 pessoas para fazer Tandem. Não, não é nada de especial nem de erótico! Tandem é um encontro entre duas pessoas que pretendem aprender/aperfeiçoar uma outra língua. Mas neste caso, os professores são os próprios intervenientes. Ou seja, eu disponibilizei-me para ensinar português a pessoas que estejam interessadas e disponíveis para me ensinar alemão. O Tandem é suposto ser feito entre pessoas que sabem já falar algo na outra língua. Não é suposto aprender-se do zero, pois a intenção é termos alguém com quem treinar a fala.
A primeira, Kristina, é uma alemã muito simpática que está a aprender português. Porquê? Porque se interessa por outras línguas e tem tempo livre para o fazer (mas ela tem trabalho! :D ). Ensina bem.
O segundo, Lars, também alemão, é uma das minhas "dores de cabeça" que tenho neste momento da minha vida. Infelizmente, na Alemanha, encontram-se várias pronúncias e até dialectos. E Lars não fala nenhum dialecto, mas eu não percebo nada do que ele me diz em alemão... Resultado, passo mais tempo a ensinar português do que a treinar alemão, pois já desisti de ter um diálogo com ele... Mas como lhe digo?
O terceiro, Richard, é russo, mas veio para a Alemanha com 10 anos. E na verdade fala muito bem alemão e com uma pronúncia muito clara. Dá aulas de inglês, o que ajuda bastante. Sabe como explicar. Para além de alemão e russo, fala japonês e espanhol (e acho que mais nada). Ainda não percebi porque quer aprender português, mas por mim tudo bem. Desde que o meu alemão melhore...
Para além de haver o interesse de dialogar na língua que se pretende treinar, Tandem é uma boa maneira de "fazer conhecidos". Tirando o Lars, acho que valeu a pena pôr o tal papelinho na Universidade a dizer que gostaria de "Tandemar".

Na verdade existem pequeninas coisas engraçadas que se pode fazer nesta cidade, como o Tandem, que dão um sentido especial à vida que se leva em HH. A sensação que tenho é que nesta cidade está sempre a acontecer alguma coisa. E esta diversidade de origens (asiáticos, africanos, americanos, brasileiros, europeus) fazem-me sentir "apenas mais uma" e não "diferente" como me senti p.ex. na Polónia. E consequentemente, sinto-me segura. Se há cidade segura para o pessoal emigrar, é HH. Mas claro, não esqueçamos da NECESSIDADE de falar a língua alemã. O governo alemão conseguiu desenvolver o tal programa de "integração", apostando em algo fundamental: a língua. E mesmo sofrendo eu as consequências deste programa (a obrigatoriedade dos estrangeiros que procurem ajuda do Estado alemão de aprenderem alemão até ao nível B1), entendo porque o criaram. Acreditem que eu nunca tinha sentido maior sensação de exclusão social, como o estar à mesa com um grupo de pessoas a falarem uma língua que não se entende: não percebes porque se riem nem entendes por que estão tristes. E queres abrir a boca e só sai ar! E essas pessoas são aquelas que tu conheces e com quem terás de criar laços afectivos... Pois não tens mais ninguém aqui.
Mas já está melhor, pois agora, até dialogar em alemão consigo!!!! eh eh
Quanto à burocracia alemã, da fama não se safa, pois já a senti na pele. Mas tirando isso, qual é o país que não tem a sua burocracia? E as suas regras? Quem for para Portugal também tem de se adaptar aos nossos hábitos e costumes. E claro, aprender a nossa língua. Ou imaginam um empregado de balcão português a entender um turista tailandês "Um café, por favor!". Nem tailandês e nem inglês, quanto mais!

Para quem ainda não sabe, :D todas as fotos que trazíamos neste computador, foram à vida, bem como o disco! Claro que tenho uma conjunto delas em CDs, mas outras não se conseguiram salvar.

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