domingo, 26 de julho de 2009
Vem aí o Agosto!
Ao Domingo, aqui por terras de Hamburgo, há missa também em português. E depois da missa é hábito o pessoal encontrar-se numa das pastelarias perto da igreja. Por volta das 13h é vê-los a chegar: o senhor com fatinho domingueiro de calcinha preta vincada, a senhora com o seu conjunto cor-de-rosa e camisa aos folhos, a miúda com os seus sapatinhos de verniz e meia branca, etc..
Nós, eu e o R., também frequentamos essa pastelaria, num Domingo ou outro. Uns vão à missa... E eu vou mais cedo para marcar a mesa ;)
Há umas semanitas, por volta da uma menos vinte, já tinha eu chegado à pastelaria para cumprir a minha função. Sentei-me e a conversa da mesa em frente chamou-me a atenção. Três tugas de calcinha vincada conversavam entre si formando uma imagem algo familiar: pareciam que se tinham esquivado à missa para ter um dedo de conversa na pastelaria. Falavam sobre as férias de Verão deste ano. E era mais ou menos assim:
Tuga 1: -"E quando lá vamos, credo! É um exagero de comida! Vamos a casa deste e daquele, e em qualquer que seja a casa, lá está a mesa cheia de comida. Uii! É que podem até nem ter dinheiro, mas mesa cheia, não pode faltar!"
Tuga 2: -"Ohm! O meu primo diz que quando lá vai encontra-se sempre com mil e uma pessoas. Eu já não! Já não conheço lá ninguém..."
Tuga3: - "E depois é sempre uma chatice, porque nunca são férias! Na semana passada ligaram para saber quando é que lá apareciamos, que a altura das batatas já tinha chegado. Estão cá com uma sorte!"
Tuga 1: -"E depois é aquela casa que construímos. Enooorme. Para quê? Chegava-nos bem uma casa com dois quartos e um WC. A mulher passa as férias a limpar a casa. E eu a fazer outras coisas. E ela também gosta de limpar as coisitas à maneira dela. A casa tem 5 quartos, cada um com WC..."
Tuga 3: -"Para que é que construíste uma casa tão grande? Agora amanha-te!"
Tuga 1: -"Não estou arrependido, só digo é que se fosse hoje a construir... E depois, passam-se dois e três anos sem que se abra uma janela à casa!"
Sinceramente, pensei que já não existissem, mas que os há, há!
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Olá Ana :)
ResponderEliminarJá tinha passado por aqui hoje a perguntar-me o que seria feito de ti ;)
Em Almere, não há missa em português, mas sim em espanhol. Nunca fui. A igreja é longe de onde vivemos.Não dá para ir a pé.Só de transporte.
Sim, há uns anos, os emigrantes tinham o sonho de construir uma casinha para eles...que geralmente é muito grande;)
Por acaso, aqui em casa, já se falou em comprar uma casa em Portugal, mas daqui a vários anos, em segunda-mão e com 2/3 assoalhadas.
Ninguém vai para novo e depois custa mais a limpar se a casa fôr grande. Também é para passar pouco tempo por ano...
Por isso, pequenita está de bom tamanho e não é nenhuma prioridade para agora.
Nessa pastelaria, há bolos de arroz? este ano, não vou a Portugal, por isso, matar saudades só para o ano.
Beijinhos e fica bem :)
Pois, tenho andado sem tempo para "descarregar" pensamentos neste meu cantinho... mas sempre que posso, aqui estou eu!
ResponderEliminarBolos de arroz... Hmm... Nem sei! Nunca fui muito fã desses bolos, mas existem muitos outros, daqueles bem cheiinhos de açúcar e ovos!! Daqueles que o alemão só consegue dar uma trinca de tão doces que são :D (são uns fraquitos!)
Pois eu já estive em 3 casamentos em Portugal só este ano (sou assim, uma amiga derretida...) e em Outubro lá vou eu novamente para... Um casamento. Verão este ano? Vai ser passado num openspace a ar-condicionado que eu detesto :S
Eu adoro travesseiros da Piriquita (Sintra), barrigas de freira da Aveiro, pastéis de Tentúgal, e Sericaia. São a minha perdição! ;) gulosa é o que sou ;)
ResponderEliminarVários casamentos...ele há anos assim ;) Parece que se combinava casar na mesma altura :) depois foram os batizados praticamente nas mesmas alturas também...esta época gostei mais porque passava mais tempo na Imaginarium...;) é giro,é ;)
Nem vou listar o que gosto de comer, que tipo de doçaria e tal.. Eu sou daquelas, como dizia a minha ama: "Uma boa boca. Come tudo!" ;)
ResponderEliminarMas o que marchava agora mesmo era uma sardinhinha assada com pimentos assados em cima de uma fatia de broa... Ai...
Já tenho ido à Missao em HH e é vê-los com essas e outras conversas que tais. É típico do emigrante "antigo" (os novos somos nós): em Pt é tudo grande para se afirmar; sabe-se lá as condicoes que têm por aqui...
ResponderEliminarMiss G: Sao pessoas que abandonaram o seu país para ter outras condicoes para si e sua família. A mim já nao me faz tanta confusao... Sao tugas que já nem sabem onde pertencem: se a Portugal ou se ao país que os acolheu. nao deve ser fácil nao saber-se "onde se pertence". E "é suposto terem abandonado a sua família por uma vida melhor"... Por isso por vezes falam com tanto "entusiasmo" da sua vida no outro país. Mas acho que muitas das vezes, é uma máscara (se nao sempre) para esconder o que sofreram.
ResponderEliminarDe resto... Aqueles que só falam de maneira "entusiasmada", normalmente, deixo-os falarem e falarem e falarem. Pois eu acho que é disso memso que eles precisam: serem ouvidos.