sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Previsões para 2011
"Este ano você irá a uma velocidade superior em todas as áreas. Não é através de outros que você vai consolidar coisas novas, mas através de seu conhecimento que está em um sentimento de segurança interna. De acordo com o horóscopo 2011 de Virgem, Júpiter impulsiona suas acções no sentido de uma maior segurança, em um sentido mais amplo e em todas as áreas. (...) O influxo do Sol, Júpiter e Mercúrio irão impulsionar o âmbito da propriedade, das finanças e das posses. A oportunidade é forte e sua ousadia vai pagar tudo. O plano material só pode ser positivo. As parcerias serão muito favoráveis."
Parece que este ano é O Ano para os de signo Virgem fazerem grandes negócios :D Epá...
Já aqui tinha escrito que já ninguém me pára! ;)
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Carta à Cristina
(Se me mandassem mas era um mails a desejar as melhoras desta gripe que não me quer deixar, isso é que era!!! Mas como sou coração de manteiga, aqui vai mais uma!)
Olá, Cristina!
A força para ir embora, acho que já tens :) Mas que posso eu dizer-te? Se tens acompanhado o meu blogue deves ter percebido que o caminho que eu fiz ainda foi "longo". Já encontraram empresas multinacionais onde se possa concorrer em inglês (para o caso de não falarem em alemão)? Se não se safaram com as empresas multinacionais, já começaram a aprender alemão para mostrarem aqui ao pessoal alemão que realmente vocês querem vir dar o "vosso contributo" a este país (é que essa é e sempre será a questão principal!)?
Se tens acompanhado o meu blogue, deves ter "tropeçado" já com alguns posts com links de recrutamento. Obviamente que não existe "o site mágico" onde "um português arranja emprego de certeza", né? Faz o trabalho de casa, lê o blogue que as respostas que me pedes estão todas lá.
Eu entendo que estejam desesperados por encontrar uma porta de saída. Sei o que isso é, porque antes de vir para aqui também andámos um ano nisso. Podes então somar aos 3 anos de luta para entrar e permanecer no mercado de trabalho alemão, mais 1 de procura de emprego na Noruega, Suécia, Inglaterra, Alemanha (!!!), etc... Um processo de 4 anos não se resume a um site com "contactos de agências de emprego". O teu marido está a ficar doido com as horas na net? Sei bem o que isso é! Procurar emprego chega a ser, a certa altura, um trabalho a tempo inteiro! 10 a 12 horas sentada à secretária na net (e como se está em casa, passa de 12 para 14, muitas vezes!), a estudar como se deve escrever bem um CV, como são as coisas para cada país, estudar as ofertas que existem, etc..
Entendam o blogue que escrevo como "o empurrão" que vocês precisam para "cortar caminho e ir por atalhos" (coisa que eu não tive). Usem a cabeça e estudem estratégias: o que é que querem, porque querem, onde querem, como conseguir naquele país? E isso inclui, claro, até ler um pouco sobre o próprio pais, não só sobre o "quão baixo é o défice alemão e que bons ainda são os ordenados” (já agora, muito longe do que se pensa serem :) ), mas sim sobre qual a mão-de-obra anda a Alemanha à procura, qual o ramo em que existem mais hipóteses, etc.. As coisas não mudam muito em 4 anos, mas mudam. O que as empresas procuravam quando aqui cheguei pode não ser o que procuram neste momento.
Há 4 anos entreguei CV com 3 páginas (a modinha do CV Eures que afinal não serve porque ocupa muito espaço e as empresas não tem pachorra para ler até ao fim), hoje entrego com 2. E, e...!!!
Cristina, como já escrevi, para outros colegas nossos, eu não sei nada de especial que vos vai ajudar a encontrar emprego. Eu sou boa sim :P (e por isso também faço questão em escrever no blogue), a motivar as pessoas a, pelo menos, tentarem a alcançar os seus sonhos, a não desistirem, ao contrário do que acho que nos fazem sentir em Portugal: "tu és uma merda", "tens é muita sorte de ter um emprego", "se quiseres, a porta está aberta", etc.. Somos um povo com uma auto-estima baixíssima! E isso revolta-me, principalmente porque nos faz "emburrecer". Eu? Eu andava "emburrecida", sim, entretida com a "minha má sorte". Mas aprendi a lição, f***-**! E a partir desse dia, nunca mais ninguém me parou :D
Agarra-te à net! Agarra-te aos jornais de negócios! Agarra-te a contactos (como fizeste, e bem, ao contactar-me)! Fala com as pessoas mas sem implicar o tão habitual "Ah e tal, vou escrever à Ana, e perguntar-lhe directamente sobre sites fixes de recrutamento". Já perdi a conta aos mails que recebi com essa pergunta ;)
Sei que não é fácil principalmente se ainda trabalharem 8h (10h?) horas por dia, pois a última coisa que apetece é ir para a net em casa depois de um dia de trabalho. Mas olha, agarra-te a isso com força, transforma a tua / vossa pesquisa num "desafio interessante" e não num "calvário". Não te sei dizer como se faz, mas eu consegui! E se eu consegui tu também consegues!! (Principalmente se vais ficar desempregada e com mais tempo disponível). Partilha essa tarefa com o teu companheiro! Não deixes todo o peso / responsabilidade nele. É um peso demasiado pesado para se carregar sozinho ;) (e evita "pedras no sapato" na vossa relação)
Bjs e boa sorte!
P.S.: Vá... Não leves a mal! Isto é mais um "empurrãozinho" de quem quer ajudar! Mas que infelizmente não tem assim tantos contactos quanto isso :)
P.S.: Nada de desistir! Somos tão ou mais capazes do que os outros povos ;)
Ana
Olá, Cristina!
A força para ir embora, acho que já tens :) Mas que posso eu dizer-te? Se tens acompanhado o meu blogue deves ter percebido que o caminho que eu fiz ainda foi "longo". Já encontraram empresas multinacionais onde se possa concorrer em inglês (para o caso de não falarem em alemão)? Se não se safaram com as empresas multinacionais, já começaram a aprender alemão para mostrarem aqui ao pessoal alemão que realmente vocês querem vir dar o "vosso contributo" a este país (é que essa é e sempre será a questão principal!)?
Se tens acompanhado o meu blogue, deves ter "tropeçado" já com alguns posts com links de recrutamento. Obviamente que não existe "o site mágico" onde "um português arranja emprego de certeza", né? Faz o trabalho de casa, lê o blogue que as respostas que me pedes estão todas lá.
Eu entendo que estejam desesperados por encontrar uma porta de saída. Sei o que isso é, porque antes de vir para aqui também andámos um ano nisso. Podes então somar aos 3 anos de luta para entrar e permanecer no mercado de trabalho alemão, mais 1 de procura de emprego na Noruega, Suécia, Inglaterra, Alemanha (!!!), etc... Um processo de 4 anos não se resume a um site com "contactos de agências de emprego". O teu marido está a ficar doido com as horas na net? Sei bem o que isso é! Procurar emprego chega a ser, a certa altura, um trabalho a tempo inteiro! 10 a 12 horas sentada à secretária na net (e como se está em casa, passa de 12 para 14, muitas vezes!), a estudar como se deve escrever bem um CV, como são as coisas para cada país, estudar as ofertas que existem, etc..
Entendam o blogue que escrevo como "o empurrão" que vocês precisam para "cortar caminho e ir por atalhos" (coisa que eu não tive). Usem a cabeça e estudem estratégias: o que é que querem, porque querem, onde querem, como conseguir naquele país? E isso inclui, claro, até ler um pouco sobre o próprio pais, não só sobre o "quão baixo é o défice alemão e que bons ainda são os ordenados” (já agora, muito longe do que se pensa serem :) ), mas sim sobre qual a mão-de-obra anda a Alemanha à procura, qual o ramo em que existem mais hipóteses, etc.. As coisas não mudam muito em 4 anos, mas mudam. O que as empresas procuravam quando aqui cheguei pode não ser o que procuram neste momento.
Há 4 anos entreguei CV com 3 páginas (a modinha do CV Eures que afinal não serve porque ocupa muito espaço e as empresas não tem pachorra para ler até ao fim), hoje entrego com 2. E, e...!!!
Cristina, como já escrevi, para outros colegas nossos, eu não sei nada de especial que vos vai ajudar a encontrar emprego. Eu sou boa sim :P (e por isso também faço questão em escrever no blogue), a motivar as pessoas a, pelo menos, tentarem a alcançar os seus sonhos, a não desistirem, ao contrário do que acho que nos fazem sentir em Portugal: "tu és uma merda", "tens é muita sorte de ter um emprego", "se quiseres, a porta está aberta", etc.. Somos um povo com uma auto-estima baixíssima! E isso revolta-me, principalmente porque nos faz "emburrecer". Eu? Eu andava "emburrecida", sim, entretida com a "minha má sorte". Mas aprendi a lição, f***-**! E a partir desse dia, nunca mais ninguém me parou :D
Agarra-te à net! Agarra-te aos jornais de negócios! Agarra-te a contactos (como fizeste, e bem, ao contactar-me)! Fala com as pessoas mas sem implicar o tão habitual "Ah e tal, vou escrever à Ana, e perguntar-lhe directamente sobre sites fixes de recrutamento". Já perdi a conta aos mails que recebi com essa pergunta ;)
Sei que não é fácil principalmente se ainda trabalharem 8h (10h?) horas por dia, pois a última coisa que apetece é ir para a net em casa depois de um dia de trabalho. Mas olha, agarra-te a isso com força, transforma a tua / vossa pesquisa num "desafio interessante" e não num "calvário". Não te sei dizer como se faz, mas eu consegui! E se eu consegui tu também consegues!! (Principalmente se vais ficar desempregada e com mais tempo disponível). Partilha essa tarefa com o teu companheiro! Não deixes todo o peso / responsabilidade nele. É um peso demasiado pesado para se carregar sozinho ;) (e evita "pedras no sapato" na vossa relação)
Bjs e boa sorte!
P.S.: Vá... Não leves a mal! Isto é mais um "empurrãozinho" de quem quer ajudar! Mas que infelizmente não tem assim tantos contactos quanto isso :)
P.S.: Nada de desistir! Somos tão ou mais capazes do que os outros povos ;)
Ana
domingo, 14 de novembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
Carta à Gabriela
Olá, Gabriela!
Primeiro que tudo, deixa-me dizer-te que fiquei muito contente por teres conseguido realizar "o teu sonho" :) Então, já cá estás? Muito bem!
Ora bem, indo directamente ao assunto:
1. Sem saberes alemão, dificilmente terás trabalho na nossa área. A não ser que trabalhes para uma empresa multinacional, onde é possível trabalhar em inglês.
2. O curso de alemão que vais fazer, é o "Integration Kurs"? Quando o fiz, tinha a duração de 6 meses. Agora passou (pelo menos aqui em HH) a 9 meses, pois o pessoal tinha dificuldade em tirar o Zertifikat Deutsch (ZD) em 6 meses. Esse curso pode ser pago pelo estado. Basta candidatares-te a esse pagamento. Tens de te informar no Bundesamt ou então pergunta directamente na tua escola. Sê "espertalhonga" ;) e dedica-te a esta língua tirando o ZD nos 6 meses. Não esperes pelos 9 - estuda em casa e prepara-te para o exame. Fala com o professor e diz-lhe que queres tirar o ZD o mais rapidamente possível.
3. Depois do curso de alemão terás de continuar a aprender, sempre. Tandem é uma boa opção. Terás apenas de encontrar um/uma alemão/alemã que queira aprender português. Aqui é fácil de os encontrar. Procura associações portuguesas, ou associações alemãs que tenham interesse na cultura portuguesa. Foi numa destas (a última) que encontrei alguém para fazer Tandem.
4. Para encontrares emprego, é fazeres como farias se estivesses em Portugal: pesquisar sobre tudo na net. Escreve um bom CV, uma boa carta de apresentação e não esquecer de incluir as cartas de recomendação dos sítios em que trabalhaste (e não só). As cartas de recomendação são importantíssimas aqui (ao contrário do que se passa em Portugal). Ah, e tudo isto, de preferência em alemão :) Precisas de alguém que tenha como língua mãe o alemão, que te escreva estes documentos, nem que seja a pagar. É fundamental! Se preferires, podes contactar uma empresa de recrutamento em que pagues (até existem as que procuram trabalho por ti, também a pagar, claro. Se te arranjarem um emprego como engenheira civil, vais passar a ganhar bem, e será sem dúvida um bom investimento).
5. Deves ter a noção que o tempo, mesmo parecendo que passa depressa (pois estás num ambiente novo, rodeada de coisas novas por descobrir), é algo precioso. Usa-o bem. Planeia as coisas: que tipo de trabalho queres arranjar? Em quanto tempo? Quanto tempo tens para aprender alemão suficiente para arranjares esse trabalho? O que precisas de saber? (embora estejas a dedicar-te ao alemão, podes ir pesquisando na net sobre o mercado de trabalho alemão, etc.). Não percas tempo.
Não é possível dizer-te em quanto tempo ficarás a falar alemão, pois na verdade, o teu alemão nunca vai ser suficiente. E depois depende se és uma pessoa dada para as línguas, ou não. Esta língua tem umas regras meio manhosas. Dá a mesma importância a "escrever" como a "falar". Quando arranjares emprego terás de saber escrever, claro.
Desejo-te toda a sorte do mundo aqui por estas terras. É um país que sabe acolher os estrangeiros. Pelo menos aqui em HH fui muito bem recebida. Os alemães aprenderam muito bem a lição sobre "respeitar todos os povos", a serem tolerantes. Tomara que outros países tivessem esta lição tão bem estudada como eles :) Existem "Amts" para todo o tipo de ajuda ao imigrante. Pede ajuda. Pergunta, contacta com as pessoas, "abre a tua casa" para novos amigos, novos contactos ;) Se há coisa em que somos bons, os portugueses, é a receber as pessoas no nosso lar, e isso é coisa rara pelo norte da Europa. Usa e abusa desta nossa qualidade. Só te trará vantagens :)
Bem, espero ter ajudado, e bom fim-de-semana!
Primeiro que tudo, deixa-me dizer-te que fiquei muito contente por teres conseguido realizar "o teu sonho" :) Então, já cá estás? Muito bem!
Ora bem, indo directamente ao assunto:
1. Sem saberes alemão, dificilmente terás trabalho na nossa área. A não ser que trabalhes para uma empresa multinacional, onde é possível trabalhar em inglês.
2. O curso de alemão que vais fazer, é o "Integration Kurs"? Quando o fiz, tinha a duração de 6 meses. Agora passou (pelo menos aqui em HH) a 9 meses, pois o pessoal tinha dificuldade em tirar o Zertifikat Deutsch (ZD) em 6 meses. Esse curso pode ser pago pelo estado. Basta candidatares-te a esse pagamento. Tens de te informar no Bundesamt ou então pergunta directamente na tua escola. Sê "espertalhonga" ;) e dedica-te a esta língua tirando o ZD nos 6 meses. Não esperes pelos 9 - estuda em casa e prepara-te para o exame. Fala com o professor e diz-lhe que queres tirar o ZD o mais rapidamente possível.
3. Depois do curso de alemão terás de continuar a aprender, sempre. Tandem é uma boa opção. Terás apenas de encontrar um/uma alemão/alemã que queira aprender português. Aqui é fácil de os encontrar. Procura associações portuguesas, ou associações alemãs que tenham interesse na cultura portuguesa. Foi numa destas (a última) que encontrei alguém para fazer Tandem.
4. Para encontrares emprego, é fazeres como farias se estivesses em Portugal: pesquisar sobre tudo na net. Escreve um bom CV, uma boa carta de apresentação e não esquecer de incluir as cartas de recomendação dos sítios em que trabalhaste (e não só). As cartas de recomendação são importantíssimas aqui (ao contrário do que se passa em Portugal). Ah, e tudo isto, de preferência em alemão :) Precisas de alguém que tenha como língua mãe o alemão, que te escreva estes documentos, nem que seja a pagar. É fundamental! Se preferires, podes contactar uma empresa de recrutamento em que pagues (até existem as que procuram trabalho por ti, também a pagar, claro. Se te arranjarem um emprego como engenheira civil, vais passar a ganhar bem, e será sem dúvida um bom investimento).
5. Deves ter a noção que o tempo, mesmo parecendo que passa depressa (pois estás num ambiente novo, rodeada de coisas novas por descobrir), é algo precioso. Usa-o bem. Planeia as coisas: que tipo de trabalho queres arranjar? Em quanto tempo? Quanto tempo tens para aprender alemão suficiente para arranjares esse trabalho? O que precisas de saber? (embora estejas a dedicar-te ao alemão, podes ir pesquisando na net sobre o mercado de trabalho alemão, etc.). Não percas tempo.
Não é possível dizer-te em quanto tempo ficarás a falar alemão, pois na verdade, o teu alemão nunca vai ser suficiente. E depois depende se és uma pessoa dada para as línguas, ou não. Esta língua tem umas regras meio manhosas. Dá a mesma importância a "escrever" como a "falar". Quando arranjares emprego terás de saber escrever, claro.
Desejo-te toda a sorte do mundo aqui por estas terras. É um país que sabe acolher os estrangeiros. Pelo menos aqui em HH fui muito bem recebida. Os alemães aprenderam muito bem a lição sobre "respeitar todos os povos", a serem tolerantes. Tomara que outros países tivessem esta lição tão bem estudada como eles :) Existem "Amts" para todo o tipo de ajuda ao imigrante. Pede ajuda. Pergunta, contacta com as pessoas, "abre a tua casa" para novos amigos, novos contactos ;) Se há coisa em que somos bons, os portugueses, é a receber as pessoas no nosso lar, e isso é coisa rara pelo norte da Europa. Usa e abusa desta nossa qualidade. Só te trará vantagens :)
Bem, espero ter ajudado, e bom fim-de-semana!
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
A comemoração
A comemoração relativamente a isto foi com o Seu Jorge na Fabrik. Mas que voz deliciosa... E dança bem, o Seu Jorge ;)
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
E assim vai o mundo III
O metro é um dos locais onde se pode assistir às cenas mais interessantes.
Entrei na carruagem e sentei-me, como quase sempre, à janela. Ao meu lado, frente a frente, uma francesa e uma sul-africana. Pensei que se conheciam desde sempre pois falavam com um “à vontade” impressionante sobre as suas vivências aqui, na Alemanha:
Francesa: - “Em França não é nada assim! As pessoas falam umas com as outras na rua, cumprimentam-se mesmo sendo desconhecidos. Aqui não!!!”
Sul-africana: - “Pois! Na África do Sul também! Aqui é muito diferente. As pessoas não são simpáticas! Não falam com as pessoas na rua… A relação humana é muito estranha.”
(e esta conversa durou pelo menos uns… 10 minutos. 10 minutos para dizerem “à vontade” o que lhes passava na cabeça sobre este país. Em alemão :) Na verdade, para dizerem mal da Alemanha, o país que as acolheu)
Francesa: - “Pronto, saio aqui nesta estação. Gostei muito de te conhecer!”
Sul-Africana: - “Ah, mas olha, devíamos trocar contactos! Leva o meu, toma.”
Francesa: - “Trocar contactos? Para quê????? Tchau!”
Sul-Africana (com cara de tacho): - "Hmm...?"
Eu (em pensamento): “Isto é que vai aqui uma açorda…”
Imagem daqui.
Missão impossível? Nada disso!
Ainda antes de receber a carta de despedimento, já me “cheirava” que a tal crise iria sobrar para mim: o trabalho envolvido no projecto de investigação onde trabalhava não justificava as duas pessoas, eu e a minha colega. Uma de nós, mais cedo ou mais tarde, iria ser dispensada (para além da empresa de construção que estavam a tentar criar, motivo principal para a minha contratação, não ter ido para a frente).
Sobrou para mim.
Desde esse dia (meados do mês de Março) e hoje já foram dispensados uns 20 trabalhadores daquela empresa. Ao que parece, actualmente, aquele open-space que me acolheu lá para os lados de Harburg, mais parece um espaço fantasma (segundo relatos de ex-colegas com quem mantenho contacto).
A verdade é que o trabalho envolvido no tal projecto não era muito. Digamos que foram vários os dias que passei naquele open-space a contar as horas para ir para casa. Sim, sim… Também eu pensei que era o sonho de qualquer um: passar quase 8 horas num local com acesso à Internet e no fim do mês pingar um salário de... Vá, de respeito :)
Acreditem, não é.
Tinha decidido, mesmo antes de receber a “tal carta”, que se a minha situação no trabalho não se alterasse (se continuasse naquela pasmaceira) que iria mesmo pedir a demissão e ir à minha vida. E até já sabia qual era o caminho que quereria abraçar: energias renováveis.
E assim, foi: fui despedida e passado um mês estava a tratar da papelada para fazer, mais uma vez, formação profissional. Decidi pela formação em energia solar e energia eólica.
Meses passaram-se até eu ter em mãos o certificado (da formação) que precisava para colocar no CV e que iria apresentar às empresas aquando da minha candidatura.
“Meses passaram-se”… Escrito assim até parece que foi coisa fácil… Passo a explicar o que se passou durante esse tempo: dois meses de formação na língua alemã :) incluindo apresentações dos projectos desenvolvidos nas aulas; aperfeiçoamento do CV em alemão; aperfeiçoamento da carta de apresentação em alemão; preparação de um flyer com o meu CV (merece um post); preparação de cartões de visita; estudo das empresas no mercado das energias renováveis; candidaturas; espera pelas respostas das empresas às minhas candidaturas; ah! E espera pelo fim do subsídio de desemprego :S
Falemos em números: SEIS meses passaram.
É um processo de aprendizagem, principalmente sobre a nossa pessoa: quem somos? O que procuramos? O que nos faz sentir feliz num trabalho? O que não aceitamos de certeza?
Aprendi que é necessário responder a várias perguntas como estas. Porém, é essencial que sejamos honestos connosco, porque se não acreditarmos no que pensamos saber sobre nós, nenhuma empresa acreditará ao ponto de nos oferecer trabalho. Ou, se acreditar, mais cedo ou mais tarde perceberão que a pessoa que contrataram não é aquela que esteve na entrevista.
Duas entrevistas, duas propostas interessantes de trabalho.
A decisão já foi tomada pela minha parte e começarei em Novembro a dimensionar torres eólicas aqui, em Hamburgo.
Nunca pensei que o processo para arranjar trabalho fosse tão rápido… Mas consegui, mesmo em boa hora já que o subsídio de desemprego acaba este mês!
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Carta ao Bernardo
Caro Bernardo,
obrigada pela visita ao blogue "ainda-vou-a-tempo".
Realmente "isto" não anda fácil para arranjar emprego, em qualquer que seja a área. Há muito que não actualizo o blogue decentemente, mas como deve ter percebido enveredei pelo caminho das energias renováveis. Não sei se foi boa aposta ou não, veremos qual será o resultado.
Nunca trabalhei aqui na Alemanha numa construtora nem em qualquer empresa de projectos de edifícios. Trabalhei sim, num projecto de investigação da área da construção, que nada tinha a ver com o que fazia em Portugal (direcção de obra).
O que poderei dizer a quem quer tentar a sorte lá fora?... Sinceramente não sei. Eu própria ando a tentar perceber quais os caminhos que devo percorrer. E não tenho tirado grandes conclusões, mas posso relatar "pequenos factos" que tenho visto por aqui. É um facto que, por aqui, em Hamburgo,
1. Arquitectos, físicos, engenheiros, técnicos especializados, informáticos, etc., alemães, estão desempregados (que dirão os estrangeiros?).
2. A oferta de trabalho, nesta altura, é grande. Setembro, Outubro e até Novembro, são bons meses para procurar emprego por aqui, porque as empresas procuram equipas para projectos que começam no início do ano.
3. A PROCURA é, porém, também enorme: arquitectos, físicos, engenheiros, técnicos especializados, informáticos, etc... Todos com formação superior :) Ou seja, ser-se licenciado é sempre uma vantagem, mas não somos os únicos... Longe disso!
4. Para além de pessoas com diplomas de ensino superior, encontra-se muita gente com formação extra profissional. Ou seja, o patamar de formação dos candidatos é tão elevado, que se torna muito competitivo o mercado de trabalho.
5. Mas, desengane-se quem pense que a experiência profissional especializada é muito melhor e a tábua de salvação: técnicos especializados, informáticos e até gestores de projecto com 10 e 15 anos de experiência, estão desempregados e à rasca para encontrar trabalho...
6. Alemanha continua a ser o "motor" da Europa, mas não tem qualquer problema em fazer "Offshoring".
7. A língua pode ser um entrave para um estrangeiro conseguir um emprego.
A realidade é dura. O único conselho que dou (quem sou eu para dar conselhos...?????) é procurares saber quem tu realmente és, procurares caminhos arrojados, diferentes, inteligentes, enfim, procurar ser melhor que todos os outros. Há de certeza um lugar para ti. E para mim ;) !
Não tenho qualquer contacto com empresas de construção de edifícios. Eu gostava de arranjar contactos a todos os que encontram o meu blogue, mas a verdade é que, como deves calcular, não está fácil... Nem para vocês nem para mim. Mas o importante é não desistir e como te disse, procurar ser... Diferente ;)
Ana
p.s.: aqui procuram exactamente a mesma coisa que em Portugal procuram há 20 anos: "recém-licenciado, com 5 anos de experiência, que domine 4 línguas" :D
obrigada pela visita ao blogue "ainda-vou-a-tempo".
Realmente "isto" não anda fácil para arranjar emprego, em qualquer que seja a área. Há muito que não actualizo o blogue decentemente, mas como deve ter percebido enveredei pelo caminho das energias renováveis. Não sei se foi boa aposta ou não, veremos qual será o resultado.
Nunca trabalhei aqui na Alemanha numa construtora nem em qualquer empresa de projectos de edifícios. Trabalhei sim, num projecto de investigação da área da construção, que nada tinha a ver com o que fazia em Portugal (direcção de obra).
O que poderei dizer a quem quer tentar a sorte lá fora?... Sinceramente não sei. Eu própria ando a tentar perceber quais os caminhos que devo percorrer. E não tenho tirado grandes conclusões, mas posso relatar "pequenos factos" que tenho visto por aqui. É um facto que, por aqui, em Hamburgo,
1. Arquitectos, físicos, engenheiros, técnicos especializados, informáticos, etc., alemães, estão desempregados (que dirão os estrangeiros?).
2. A oferta de trabalho, nesta altura, é grande. Setembro, Outubro e até Novembro, são bons meses para procurar emprego por aqui, porque as empresas procuram equipas para projectos que começam no início do ano.
3. A PROCURA é, porém, também enorme: arquitectos, físicos, engenheiros, técnicos especializados, informáticos, etc... Todos com formação superior :) Ou seja, ser-se licenciado é sempre uma vantagem, mas não somos os únicos... Longe disso!
4. Para além de pessoas com diplomas de ensino superior, encontra-se muita gente com formação extra profissional. Ou seja, o patamar de formação dos candidatos é tão elevado, que se torna muito competitivo o mercado de trabalho.
5. Mas, desengane-se quem pense que a experiência profissional especializada é muito melhor e a tábua de salvação: técnicos especializados, informáticos e até gestores de projecto com 10 e 15 anos de experiência, estão desempregados e à rasca para encontrar trabalho...
6. Alemanha continua a ser o "motor" da Europa, mas não tem qualquer problema em fazer "Offshoring".
7. A língua pode ser um entrave para um estrangeiro conseguir um emprego.
A realidade é dura. O único conselho que dou (quem sou eu para dar conselhos...?????) é procurares saber quem tu realmente és, procurares caminhos arrojados, diferentes, inteligentes, enfim, procurar ser melhor que todos os outros. Há de certeza um lugar para ti. E para mim ;) !
Não tenho qualquer contacto com empresas de construção de edifícios. Eu gostava de arranjar contactos a todos os que encontram o meu blogue, mas a verdade é que, como deves calcular, não está fácil... Nem para vocês nem para mim. Mas o importante é não desistir e como te disse, procurar ser... Diferente ;)
Ana
p.s.: aqui procuram exactamente a mesma coisa que em Portugal procuram há 20 anos: "recém-licenciado, com 5 anos de experiência, que domine 4 línguas" :D
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Viva os 31!!!
Era aqui que gostava de estar agora, mas pronto! Estar em Hamburgo quando o sol brilha e estão 19°C também não é mau (embora tenhamos acordado com 9°C).
Aqui fica o meu desejo de um óptimo dia para todos vocês. Pois eu, à conta da quantidade de mensagens e e-mails de amigos que já recebi hoje, tenho carinho e felicidade para dar e vender. Muito obrigada a todos!
sábado, 18 de setembro de 2010
domingo, 5 de setembro de 2010
Anita na torre eólica
Foi pelas 6h15m que me levantei para fazer uma viagem de duas horas e meia de camioneta até ao parque eólico em Ellhöft.
Torre eólica:
- 62 Metros de diâmetro de rotor, ou seja, cada pá aprox. 31 m de comprimento;
- 160 Toneladas de peso sem contar com as fundações;
- Altura da torre aprox. 70 Metros;
- Produção 1,3 MW;
São realmente uns "bichos" fascinantes aquelas máquinas...
A subida até ao topo da torre (repito: 70 Metros) foi feita por "escadote" e claro, em memória aos bons velhos tempos de direcção de obra, dispensei as luvas :S Para a próxima não as dispensarei :D
terça-feira, 6 de julho de 2010
Subsídio de desemprego vs Férias
Aqui fica mais uma informação para os desempregados na Alemanha :)
Informem-se sobre quantos dias de férias tem direito durante o tempo em que estão a receber dinheiro do fundo de desemprego.
Pode acontecer que andem para aí a marcar férias na Tailândia e Portugal, e que os dias de férias a que tem direito, pelo Instituto de Emprego, não cheguem para tanta "Vacances" :S
Ninguém vos impede de viajar para onde quer que seja! Mas o dinheiro a que tem direito é apenas referente aos dias de férias definidos pelo instituto.
p.s.: se quiserem arriscar e não informar nada ao Instituto de Emprego sobre as férias, tipo "vou ali a Pt só beber um cafezinho e volto já!", isso é lá com vocês. Mas "shit happens"... E de duas uma, ou não haverá seguro que vos assegure, ou terão de devolver o dinheiro ao Instituto de Emprego que até já usaram :/
Imagem daqui.
Esta imagem nada nada tem a ver com férias pagas pelo fundo de desemprego. Mas achei-lhe piada. É de 2006. Pelos vistos, o fundo de desemprego já foi bem mais gordinho...
segunda-feira, 5 de julho de 2010
O que eu nunca cumpro.
Aqui.
Eu volto sempre. São as recordações que me fazem ter forças para pensar com carinho no futuro.
Desejo sempre ser tão feliz no futuro como o fui no passado. E o sou agora.
Não me tenho dado mal a pensar assim ;)
sábado, 3 de julho de 2010
Jorginho!
Tira a mão do queixo não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou, ganhou, e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais escadas pra dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem à batota
Chega aonde tu quiseres
mas goza bem a tua rota
Enquanto houver estrada pra andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada pra andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
A liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo
p.s.: Aqui
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou, ganhou, e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais escadas pra dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem à batota
Chega aonde tu quiseres
mas goza bem a tua rota
Enquanto houver estrada pra andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada pra andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
A liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo
p.s.: Aqui
Esqueçam tudo o que leram!
quinta-feira, 1 de julho de 2010
quarta-feira, 23 de junho de 2010
O meu diálogo preferido
Relativamente ao meu post anterior...
Ana: -"Hoje vou ter a minha aula de alemão. Há três anos que ando nisto..."
Alemão: -"Olha, sabes o que é que ajuda com o teu alemão? Leres revistas, jornais..."
Ana: -"Pois. Eu costumo comprar uma muito boa, específica para emigrantes."
Alemão: -"Ah... E televisão? Tu vês televisão em casa?"
Ana: -"Não tenho televisão."
Alemão: -"Mas podes ver na internet!"
Ana: -"Na verdade prefiro não ter televisão em casa. Mas eu continuo com as aulas de alemão. E faço também Tandem. No trabalho sou obrigada a comunicar com os meus colegas em alemão o que puxa bastante por mim..."
Alemão: -"E rádio? Ouves rádio?"
Ana: -"Oiço quando estou em casa."
Alemão: -"Hmm... O teu marido é alemão?"
Ana: -"Não. É português"
Alemão: -"E falas com ele em casa em alemão?"
Ana (com aquele ar de "ah???"): -"Não. Falo português!"
Alemão: "Ah, pronto! Está explicado! Assim não vais lá..."
Ana: -"Hoje vou ter a minha aula de alemão. Há três anos que ando nisto..."
Alemão: -"Olha, sabes o que é que ajuda com o teu alemão? Leres revistas, jornais..."
Ana: -"Pois. Eu costumo comprar uma muito boa, específica para emigrantes."
Alemão: -"Ah... E televisão? Tu vês televisão em casa?"
Ana: -"Não tenho televisão."
Alemão: -"Mas podes ver na internet!"
Ana: -"Na verdade prefiro não ter televisão em casa. Mas eu continuo com as aulas de alemão. E faço também Tandem. No trabalho sou obrigada a comunicar com os meus colegas em alemão o que puxa bastante por mim..."
Alemão: -"E rádio? Ouves rádio?"
Ana: -"Oiço quando estou em casa."
Alemão: -"Hmm... O teu marido é alemão?"
Ana: -"Não. É português"
Alemão: -"E falas com ele em casa em alemão?"
Ana (com aquele ar de "ah???"): -"Não. Falo português!"
Alemão: "Ah, pronto! Está explicado! Assim não vais lá..."
Aprender a língua do país que nos acolhe
No seguimento do meu texto anterior, hoje escrevo sobre aprender a língua do país que nos acolhe quando lá pretendemos viver, com base na minha experiência pessoal.
Logo na minha primeira semana em Hamburgo comecei a frequentar um curso de alemão intensivo, o chamado curso de integração para emigrantes sobre o qual referi aqui e aqui. Devo dizer que foi a melhor coisa que fiz quando para aqui vim morar: aprender alemão de raiz. Eu não sabia nada de alemão e isso revelou-se uma vantagem para mim: não tinha quaisquer "erros vincados" que se tornam complicados mais tarde de corrigir. Foi como voltar para a escola primária! A duração normal de um curso deste tipo é de 6 meses. No final desse tempo é suposto estar-se apto para fazer o exame que dará o tal Zertifikat Deutsch (se se passar, é claro). Como ainda não me sentia segura em relação ao alemão que falava, acabei por frequentar as aulas por mais um mês e, passado outro, fazer o exame. Passei.
Terminado o curso de integração para emigrantes continuei a aprender mas no Goethe Institut (o Instituto Camões cá do sítio) como contei aqui. Foram mais seis meses de aprendizagem, 3 aulas por semana de hora e meia em horário pós-laboral. Passado esse tempo, os 250€/mês começaram a pesar na carteira. Acabei por mudar para uma escola mais baratinha apenas a frequentar uma aula por semana. E lá continuo. Até hoje. Aliás, até Julho!
Voltando um pouco atrás, dois meses depois de ter chegado à Alemanha, conheci a K. com quem comecei a fazer "Tandem". Tandem, como já vos expliquei aqui é uma forma que duas pessoas têm de trocar conhecimentos. No meu caso e no da K. os conhecimentos foram as línguas alemã e portuguesa, respectivamente. Ainda continuamos a encontrar-nos uma vez por semana para falarmos a tal horita "só em português" e de seguida a horita "só em alemão". Durante estes três anos de Tandem nasceu entre mim e a K. uma grande amizade. Podem não acreditar, mas nós ainda hoje fazemos Tandem!
Esta forma de aprender ajudou-nos bastante pois criou uma relação de confiança entre ambas. Sem stress e sem o medo de errar e sermos ridicularizadas :P (como pode acontecer quando se está em grupo) temos evoluido bastante. Não é para me gabar, mas a K. está a falar muuuuuito bem português. E ela estava no mesmo patamar que eu quando começámos (não esquecer que ela não vive em Portugal).
Neste momento observo a minha estante e conto quinze livros em alemão, entre os quais, dez encontram-se lidos. Como qualquer pessoa, comecei pelos livros para criança que são no total oito :P. No início da aprendizagem não há outra hipótese senão ler livros infantis. Porém, com o tempo começa-se a "querer mais". No meu último aniversário recebi um livro de uma professora de alemão, "Die Entdeckung der Currywurst", que já foi começado, mas rapidamente abandonado. Mas ainda não desisti! Tenho esperança de um dia recomeçar a sua leitura. Quanto a revistas, posso aconselhar esta.
Falar em alemão, mesmo quando se tem a oportunidade de falar em inglês, é importante. Obviamente que depende muito das situações. Por exemplo, quando se está longe de casa, da família e dos amigos, muitas vezes o que precisamos é de desabafar e é muito importante que o façamos numa língua em que temos a certeza que nos entendem. Ainda hoje quando converso com a minha melhor amiga alemã :D acontece "escorregarmos para o inglês", mesmo ela falando tão bem português como fala, e eu o alemão que falo.
Há palavras que descrevem sentimentos, sobre os quais quero contar logo, e que não podem esperar que encontre em alemão as palavras "mais parecidas" com aquilo que quero dizer. Imaginem: a lágrima ao canto do olho que deveria ser de tristeza por algo de mau que me aconteceu e que quero partilhar, transforma-se em lágrima de raiva e frustração porque ninguém está a perceber puto do que quero contar! (Puf...! Finalmente esses tempos já lá vão.)
Em situações destas, quero lá saber o português, quero lá saber do alemão. Quero é que ela entenda o que estou a sentir! E daí o uso do inglês.
Ah! "The last but not the least": abrir o círculo de amigos a todos, que no caso de se viver na Alemanha, convém que inclua alemães :). Pode ser tendencial que um emigrante acabe por se rodear apenas por aqueles que falam a sua língua materna, com quem se sente à vontade, portanto. Óbvio. Para mim é claro o porquê deste comportamento. A língua é uma ferramenta que quem não a tem não pode usar para se exprimir, para conversar (como já falei aqui). No meu/nosso caso, a vida foi sempre preenchida com amigos de todos os cantos do mundo. Sempre fomos assim e acho que nada mudará esta nossa maneira de ser que na verdade só nos tem trazido alegria. Nem que seja a alegria de partilhar a vida nas diferentes perspectivas dadas por essas pessoas.
Posso concluir que até me tenho esforçado bastante para aprender e continuar a comunicar em alemão. Estou tranquila comigo mesma em relação a este assunto. Claro que existem 1001 maneiras de aprender uma língua. Eu procurei as que senti adequarem-se mais a mim. Tem sido 3 anos de aprendizagem constante. Não tem sido fácil, mas o que eu obtive (e ainda vou obter) dessa ferramenta (o conhecimento da língua alemã) permitiu-me passar por várias portas. Fossem elas a nível profissional ou pessoal.
Se dá trabalho aprender uma nova língua? A mim deu. Se dá gozo? Houve alturas em que sim e outras em que não.
Se valeu e vale a pena? :) Esta é fácil: SIM.
Etiquetas:
Coisas de emigrantes,
curso de alemão,
língua
quarta-feira, 16 de junho de 2010
O despedimento
Criei este blogue para servir aqueles que pensam em emigrar para a Alemanha. Para dar a conhecer um pouco mais como as coisas funcionam tomando como base a minha experiência pessoal. Esse continua a ser o meu objectivo e com este post pretendo falar sobre despedimento :)
Já foi há algum tempo, exactamente três meses, que fui despedida.
A sensação de ter "dar tempo à casa" não era nova para mim. Porém, desta vez, não fui eu que escolhi sair da empresa. O ter de continuar a trabalhar na empresa mesmo depois de ter sido despedida foi o que mais me custou. É uma mistura de quero ver-me livre disto o mais rapidamente possível! com um e não posso pois tenho de aqui ficar mais um mês!.
A crise não está só em Portugal :) nem nos PIGS (continuo a achar que se deveria considerar PIGUKS...). Por aqui as coisas não andam famosas. Desde que saí da empresa já foram "dispensados" mais cinco. Mas, como eu sempre disse, as empresas não podem parar, mesmo em tempo de crise, e haverá sempre quem esteja à procura de pessoal para trabalhar. E falo de empresas que fazem girar a economia mundial :) E é por isso que, mesmo tendo sido despedida em tempo de crise, sei que em breve tornarei a ter emprego.
Foi assim:
1. Tive uma reunião com o meu chefe onde me foi informado de que iria ser dispensada. Tive de assinar nessa mesma reunião um documento em que dizia que eu tinha sido informada. Fui informada com seis semanas de antecedência;
2. A rescisão de contrato / o novo contrato (de 5 semanas) pôde ser lida com calma em casa, antes de eu a assinar. Deu-me a oportunidade de verificar se constava algo com o qual não concordava. Estava tudo OK;
3. Como tinha contrato até 2011, tive direito a uma indemnização, que no meu caso constou aprox. de um salário líquido (este é um valor normal mínimo aplicado hoje em dia);
4. Tive direito a carta de recomendação (aliás, a empresa é obrigada a fornecer essa carta).
Ponto 1. e 3., rescisão de contrato: desengane-se aquele que pensa que a existência de um contrato o protege de uma situação de despedimento. Se não houver trabalho para o trabalhador desempenhar na empresa, a empresa tem mais do que justificada a sua decisão :) Mesmo na Alemanha.
Ponto 4., a Carta: esta ao ser escrita rege-se por uma série de regras que codificam, no próprio texto, o desempenho do trabalhador na empresa. Cada frase significa uma avaliação num aspecto qualquer do trabalho desenvolvido pelo trabalhador. Por exemplo, tem de constar no fim do texto algo como "temos muita pena por perdermos uma trabalhadora como a Ana. Agradecemos à Ana o bom trabalho desenvolvido na nossa empresa, e desejamos-lhe toda a felicidade e êxito tanto na sua vida profissional como particular". Se esta frase não aparecer numa carta de recomendação significa que o trabalhador não é recomendado :) Aqui, p.ex., encontram-se as regras.
p.s.1: Se saíres da empresa, sai de forma a deixar a "porta entreaberta". Nunca se sabe quando te irás cruzar novamente com a empresa que te despediu ou até mesmo com os colegas com quem trabalhaste. Sair "a bem" é meio caminho andado para encontrares um novo trabalho, pois TUDO SE SABE. Não esquecer das redes sociais existentes na internet. Antigamente verificava-se a informação com um telefonema. Hoje em dia vai-se à internet e TUDO se encontra. Para não falar de que a Europa e até mesmo o mundo encolheram de uma maneira assustadora. Ou melhor, hoje em dia (como diria Thomas Friedman) "The world is flat" ;)
p.s.2: É preciso estar de olho aberto e identificar à nossa volta as oportunidades. Elas estão lá para as agarrarmos. Basta nós querermos! ;)
Imagem daqui.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Mariza em Hamburgo
Pois é... Mais um concerto visto nesta cidade de uma artista portuguesa de quem eu tanto gosto. Tem uma presença no palco incrível e nem o vento frio cortante que se fazia sentir na Hafen City, onde decorreu o concerto, quebrou a emoção de quem assistia àquele concerto.
Aqui podem ver o casaco da Mariza que fez questão de tirar lá para a última música. Ah! E também conseguem ouvir o ventiiiiinho que fazia.
Mas há que dizer que os músicos também sofreram... Fez-me lembrar um concerto que demos em Borba, numa feira de vinhos, em cima de um palco no exterior. Ai os meus pobres dedos que nesse dia nem os sentia de tanto frio que fazia.
p.s.: em Portugal vi dezenas de bandas estrangeiras à custa da Queima das Fitas, Festival Sudoeste, Rock in Rio, Super Bock Super Rock. Na Alemanha, Hamburgo, encho a barriga de concertos de artistas portugueses, espanhóis e brasileiros.
Foto daqui.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Koh Chang
Tailândia: uma descoberta para mim. O verde que nos rodeava, o sol que nos queimava, os cheiros e os sabores que nos enaltecia, a simpatia que nos abraçava em cada ponto daquela ilha. Uma vontade de não querer sair daquela terra, nunca...
Foram duas semanas para esquecer tudo e todos (desculpem!). De me deixar ser apenas mais uma peça deste extraordinário planeta. De deixar os sentidos mais primários tomar conta de mim.
Conhecemos pessoas com histórias extraordinárias como as de alguns europeus que foram até à Tailândia de férias e que nunca mais quiseram voltar ao seu país. E que assim o fizeram!
Ainda existem locais na Tailândia que nos despertam sentimentos estranhíssimos: de querer ficar e nunca mais voltar! É uma sensação de paz, de tranquilidade, de segurança, de pertença.
Há muito que este paraíso tinha sido descoberto por muita gente (até por nós no século XVI. Sabiam que um dos doces tradicionais tailandeses são os fios-de-ovos portugueses?). Normalmente por gente com dinheiro, e por isso acabávamos sempre por não "sonhar tão longe". Na verdade, não gastámos assim tanto. Valeu bem a pena. A viagem até lá, sim, é de se ficar exausto.
A Ilha do Elefante ficou para sempre no meu coração. Kòrp Kun Ka!
p.s.: Devo dizer que fiquei impressionada com a tolerância daquele povo perante homossexuais, transexuais e prostitutas. Isso, e as lâmpadas de baixo consumo em qualquer quiosque de rua! Não me venham com a história de que Tailândia é terceiro mundo! A ver se viajo mais para fora da Europa, para que os meus horizontes não se deixem afunilar!
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Hoje sinto-me assim:
É assim que hoje me sinto!
Fui despedida, sim. Está um tempo que mete dó, sim. Mas fora isso... Nada mais de "menos bom" aconteceu por estas bandas.
A sensação de recomeçar, de ter uma segunda oportunidade, de começar tudo de novo, é simplesmente óptima!
Fui despedida, sim. Está um tempo que mete dó, sim. Mas sou feliz, tá? :D
Imagem daqui.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Mais um capítulo...
...que se fecha na minha vida.
Foi um ano bom. Recebi bem, conheci pessoas maravilhosas, aprendi, desenvolvi como pessoa e como profissional.
Agora? Venha o próximo capítulo!
p.s.: este trabalho foi "quase" tudo o que eu tinha "pedido". Será que se eu voltar a "pedir", com muita energia, o próximo trabalho vai ser exactamente o que eu desejar? ;)
Imagem daqui.
quinta-feira, 11 de março de 2010
E assim vai o mundo II
A N. é colombiana. Um amor de "cachopa" como se diz na terra do meu pai.
No outro dia contou-me que tinha um encontro marcado com um rapaz alemão por quem achava que estava a começar a gostar a sério.
Passados uns dias perguntei-lhe como tinha corrido o encontro, ao que ela me respondeu "correu bem!".
Eu: - "Então e já são namorados a sério?"
N.: - "Isso ainda não sei..."
Eu: - "Então, porquê?"
N.: - "Ele ainda não me perguntou!"
Eu: - "Hmm... Olha que eu acho que nem vai perguntar. Isso, por aqui já não se usa."
N.: - "Mas na Colômbia, o rapaz tem de perguntar! Só assim é que realmente a rapariga sabe que são namorados!"
Eu: - "Mas aqui é diferente. Ele não sabe como é na Colômbia! Porque não lhe contas, assim, para lhe dar a dica..."
N.: - "EU?! Ele é que tem de saber! Eu não lhe vou explicar nada... E aliás, se ele não me perguntar, eu continuarei "oficialmente" sem namorado. Poderei fazer o que me der na gana com quem eu quiser, entendes?"
Eu, para os meus botões, "Isto é que está aqui uma açorda..."
Imagem daqui.
Möchten Sie einen Kaffee?
Eu não me posso queixar da empresa para a qual trabalho. Hoje trabalho em casa porque o técnico da máquina de lavar roupa que está estragada ficou de aparecer entre as 10h e as 14h. Ora, este horário "mata" logo qualquer dia de trabalho... Assim, pedi ao meu chefe para trabalhar em casa (bendita internet!). Ao que respondeu que sim. Ok, um problema estaria resolvido: não terei de tirar um dia de férias por causa disto.
Viria o segundo problema: o R. foi até NY a trabalho durante esta semana. O R. é quem costuma lidar com este tipo de situações já que fala bem melhor que eu alemão " 'Tou tramada, agora... Aparece-me aí um técnico alemão, desata a metralhar sobre isto e aquilo da máquina, e eu vou abanar a cabeça para cima e para baixo, assino um papel qualquer onde confirmo que cá esteve, vai-se embora e sei lá eu o que acabei de assinar...".
Chega o senhor. Dirige-se à máquina de lavar roupa. Pergunto se quer um café. Responde-me que sim, que aceita. Pergunta-me se sou portuguesa. E eu, "Sim. Mas como sabe?". "É que eu também sou português!". "Aaahhh!!!...", penso para comigo, "os anjinhos realmente não dormem em serviço!...".
Foi um prazer enorme poder falar com o senhor. Depois do assunto da máquina resolvido, e na companhia de um cafezinho, lá demos "um dedo de conversa". Uma simpatia de pessoa. Disse-me que está para breve o seu regresso a Portugal. Já tem a casinha na aldeia pronta. "A Alemanha já não é o que era", diz-me. "Agora, trabalha-se para ganhar o suficiente para pagar as contas ao fim do mês. E, e..."
Foi mesmo um prazer. Volte sempre, Sr. G.! Pelo menos enquanto por cá andar.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
E se...?
Surgiu um novo e interessante blogue , intitulado "The Portuguese Economy". Como podem reparar já se encontra na lista dos meus favoritos.
Gostei do conceito: informação útil, em texto curto, numa língua internacional. Deste modo, todos (incluindo investidores estrangeiros) podem ter acesso à informação sobre a economia portuguesa, escrita por portugueses profissionais na matéria.
Como já expliquei, não percebo de economia, mas pretendo ficar a perceber melhor como toda esta malha funciona. Não pretendo nada de muito detalhado. Só quero perceber o porquê que tantos como eu, decidiram deixar o país onde nasceram.
Sim, sei: não foi só pelo dinheiro! Pelo menos a mim, o que me motivou a sair, foi a vontade de "ver mais", ver o que se fazia "lá fora". Agora que já vi, gostaria de voltar a casa. A questão é que não me passa despercebido que o que arrecadei trabalhando um ano aqui, foi o mesmo que em 3 anos em Portugal. Mesmo assim, sabendo que vou passar a ganhar menos do que aqui, pretendo voltar. Para mim a decisão não é tão difícil. Mas, e para os restantes...?
Por falar em "sair", reparei num facto interessante no novo blogue "The Portuguese Economy": dos 14 especialistas em economia portuguesa que escrevem no blogue, 7 estão no estrangeiro. 50%, portanto.
O que seria se nós, os "especialistas" :P portugueses que estão no estrangeiro, decidíssemos voltar TODOS para Portugal...?
Etiquetas:
Coisas de emigrantes,
crise,
economia,
Portugal
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Se pudéssemos começar de novo...
Eu nunca percebi de economia. Aliás, nunca me interessei por ela. Mas desde que "a crise" se instalou, tenho tentado entender de onde veio toda esta onda de ... "crise".
Este blogue tem-me ajudado a entender algumas coisas.
As conclusões a que chego, é que as crises sempre existiram (camufladas, vá...) e sempre existirão. Os mais pequenos pagaram, pagam e pagarão, sempre aos maiores: os feudais arrecadavam dos camponeses, quem está no poder arrecada dos trabalhadores, e os países ditos fortes arrecadarão à custa dos pequerruchos. Ou muito me engano, ou andamos nisto há muitos séculos sem final à vista!
p.s.: estamos completamente lixados...
Imagem daqui.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
sábado, 6 de fevereiro de 2010
Eles adoram-me
A equipa de suporte técnico da minha empresa, simplesmente, adora-me. Aliás, cheguei mesmo a perguntar-lhes o que seria do "espírito" da equipa sem os meus mails...
Quando escrevo um mail para algum colega da empresa, faço-o em alemão Podia fazê-lo em inglês (já que domino melhor), e seria sem dúvida, mais fácil para mim, bem como para quem o lê. As colegas são sempre umas queridas, muito mais meiguinhas: "Oh, Ana, já escreves tão bem...! Achei tão engraçada a maneira como escreveste...". Os colegas já são diferentes. Divertem-se à brava com os meus habituais erros de estrutura frásica ou uso de palavras incorrecto. É gargalhada geral, eu sei! E porque mo dizem!
p.s.1: E quando algo não funciona (tipo computador, projector, fotocopiadora,...) e pedimos ajuda ao suporte técnico, e eles chegam, carregam no botão, e funciona...??
p.s.2: O suporte técnico deve ser, sem sombra de dúvidas, das equipas de trabalho que mais se divertem numa empresa.
Imagem daqui.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Patins, para quê?
O Alster congelou. O suficiente para podermos andar em cima.
O R. chegou a casa com a "aquela cara de miúdo" a dizer atravessei o Alster de bicicleta! Passamos por lá hoje à noite? E eu para os meus botões bolas, está um frio que não se pode e este gajo quer ir para uma arca frigorífica natural...
No entanto, gosto quando me surpreendo a mim própria.
Chegámos ao lago Alster por volta das dez. Um silêncio... Não se ouvia nada. Apenas o riscar dos patins de um rapaz, lá ao fundo. A noite estava estrelada. Escura mas clara. Entrámos no lago. Tão liso, o gelo. Suave. Escorregadio. Frio, claro.
Revivi momentos passados em patins, na Polónia. O frio a bater na cara enquanto o resto do corpo se mantém quente.
Por mim ficava por lá a brincar por mais algum tempo. Sim, adorei a sensação de sentir os pés soltos, sem serem "fixos" ao chão. Patinei imenso mesmo sem patins! Brinquei ao boneco que se dá corda e cujos passitos se repetem vezes sem conta por segundo. Diverti-me e fartei-me de rir. Enfim, voltava lá outra vez.
Ao que parece, já não vai haver festa como em 1997. Talvez para o ano!
p.s.: o som do gelo a partir debaixo de água, por baixo dos nossos pés, é assustador. Mas nós ainda nos safámos, agora o puto de ontem, foi mesmo à água!
Imagem daqui.
domingo, 24 de janeiro de 2010
É Domingo de manhã...
... e já me conseguiram irritar!
Para o pessoal que pensa que a palavra "corrupção" tem apenas uma morada: Portugal - vão dar banho ao cão, vão?
Leiam, informem-se, pensem por vocês! E muita atenção aos telhados de vidro...
Puf! É que já estava a ficar deprimida com todos os outros comentários!
Imagem daqui.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Anita na Airbus
E lá fui eu, mais uma vez, fazer algo que nunca pensei ter oportunidade de fazer: visitar as instalações de produção da Airbus em Hamburgo.
Foi tanta informação em apenas duas horas e meia, que não vale a pena contar-vos todos os pormenores. Mas aqui ficam algumas curiosidades:
1) Um avião daqueles pode pesar 560 toneladas;
2) Para transportar as peças maiores, a Airbus construiu o Beluga (que qualquer um pode também alugar...);
3) Entre os passageiros e o exterior existe o seguinte: o revestimento branco interior que todos conhecemos, tubagem e cablagem, e uma chapa metálica de aprox. 3mm de espessura mas que em algumas zonas chega aos 2mm (!). Esta última chapa é a estrutural :D
4) Se vier um sheikh qualquer, e disser que quer um cockpit diferente daquele que normalmente usam, a Airbus faz. Mas o preço pode subir em 2 dígitos E porque? Porque fazem duas caixas de cockpit: a final e outra prévia, que serve para verificar se tudo encaixa perfeitamente e ainda para fazer ensaios destrutivos de resistência :D
5) A pintura exterior é feita À MÃO! Pois nenhuma máquina conseguiria um acabamento tão perfeito;
6) 3,2 Litros / 100 km / passageiro é quanto um bicho daqueles consome. O A380 pode chegar aos 3;
7) As partes do avião são feitas em países diferentes: Alemanha, França, Reino Unido e Espanha. Alguns aviões são montados em Toulouse e outros em Hamburgo;
8) Nas visitas guiadas não é permitido tocar nas peças dos aviões :(
9) As instalações da Airbus em Hamburgo são tão grandes, que é preciso andar de autocarro lá por dentro;
10) A Airbus pertence à EADS que é uma empresa aeroespacial europeia;
11) São entregues a clientes, cerca de 4 aviões por mês. Cerca de 440 un. por ano;
12) Os aviões que eu apanho para ir até Portugal, pertencem ao grupo Familiar (dos mais pequenos);
13) O A380 é um monstro comparado com os aviões que apanho para Portugal;
14) E como não há 13 sem 14, está um frio do caneco para ir mal vestida para uma visita guiada destas!
15) Os acabamentos dos aviões são todos feitos nas instalações de Hamburgo. Os aviões construídos em Toulouse, voam apenas com a estrutura feita, sem qualquer tipo de acabamento (pintura, revestimentos, bancos, WCs, etc.) até Hamburgo para serem terminados. Se a entrega do avião ao cliente for em Toulouse, o avião volta a voar até lá depois de ser terminado em Hamburgo;
16) E para isso, existem pistas de aterragens nas próprias instalações da Airbus. Em Hamburgo atravessa uma estrada, mas já andam a projectar um circuito alternativo para para os automóveis;
17) Cada parafuso colocado na ligação metálica asa-corpo do avião, tem a assinatura de quem fez essa colocação. Assim, é possível identificar, em caso de algo correr mal estruturalmente naquela zona, quem foi o responsável pelo trabalho;
Adorei andar a passear por lá. Voltava lá outra vez! Quem alinha?
sábado, 16 de janeiro de 2010
Carta ao João
Olá, João!
Bem, se sentes que precisas de mudar de vida, então força nisso! Se é isso mesmo que queres, terás de te concentrar nessa mudança: pesquisar, procurar, ler muito, estar atento ao que se passa ao teu redor/mundo.
Fico contente por saber que o meu testemunho no Mind this Gap não só entusiasma os leitores, jovens (a ti!!), que sentem que querem mudar de vida, mas que também dá forcas a muitos para prosseguir nessa direcção, até o concretizarem!
Esta conversa toda é para te dizer o seguinte: eu não te vou dizer quais são as empresas que estão à procura de pessoal, pois como deves saber, a "crise" está aí. Neste momento, por todo o mundo, as empresas estão a "dispensar" pessoal, incluindo as alemãs. A ideia de que existe emprego para gente qualificada estrangeira, continua a existir, MAS não é para "qualquer" um! O mercado de trabalho aqui é muito competitivo e também está saturado. Vê se entendes o que te quero dizer com "qualquer um". "Qalquer um" significa: "Ah! E tal eu gostava de ir trabalhar para fora. Há por aí alguém que saiba de algum emprego?!".
Tens de te mostrar "especial", "forte", "diferente". Se o fores não terás dificuldade em arranjar trabalho, por ti, aqui na Alemanha, na China ou até mesmo em Portugal. A crise está aí, mas o mundo continua a girar e a precisar de trabalhadores, e haverá sempre empregos, mas obviamente que as possibilidades de encontrá-los diminuíram.
Claro que se ouvisse dizer que alguma empresa estaria neste preciso momento à procura de "engenheiros civis portugueses", teria todo o gosto em to dizer. Mas como deves calcular, isso, eu não oiço.
Se leste o meu testemunho do Mind this Gap, deves também ter ido parar ao meu blogue, nomeadamente a este post onde tenho bastantes informações para jovens como tu que querem tentar uma vida profissional fora de Portugal.
Para outras informações, relacionadas com dinheiros e impostos, tens este:
http://rafaheiber.blogspot.com/2007/08/impostos-na-alemanha.html
Presta atenção:
(e sim, vais-me achar uma "bitch", mas como diriam as chatas mas experientes pessoas de idade, "um dia vais-me agradecer por eu te ter dado este chuto no traseiro...")
VAI À LUTA! Mostra o que existe dentro de ti, o que nós portugueses somos capazes a nível profissional (e te garanto que não ficamos atrás de ninguém), vence por ti e no fim respira e diz para ti mesmo: CONSEGUI!
Da minha parte, só te posso desejar TODA a sorte do mundo! E sim, estou disponível para responder a perguntas que te poderão surgir. Opá, mas não me venhas com perguntas (como eu já recebi) do género: "não me arranjas emprego na tua empresa?", "é verdade que o estado alemão financia estrangeiros para trabalhar aí?", "e quanto é que achas que irei pagar de impostos?", "e já agora podes fazer-me as contas de quanto é que eu precisarei para viver aí?", etc, etc, etc... (sinceramente, começo a ficar sem paciências para este tipo de textos). Para pessoal com uma certa "estrelinha dentro de si", eu sou a gaja mais porreira do mundo, e dou todo o meu apoio. E eu "consigo cheirá-los de longe!" Agora, pessoal melga, à espera que os outros batalhem por eles, na-na-ni-na-nao!! :)
Bjs
Ana
Imagem daqui.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
domingo, 10 de janeiro de 2010
Quero acreditar que jovens como este existem poucos...
A minha estupefacção foi tal, que achei que devia partilhar com vocês esta pérola:
Comentários no jornal O Público a este artigo.
Comentários no jornal O Público a este artigo.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Se calhar... Devia arranjar outra bicicleta...
Ontem recebi um e-mail a perguntar quem é que queria fazer parte da equipa de ciclistas da empresa. Dar uns passeios e tal, e talvez entrar nesta corrida lá para Agosto. Eu respondi que sim!
Cheguei a casa e contei a novidade. A cara de espanto do R. a olhar para mim foi engraçada... Acompanhada de um "vais andar os 40 e tal km???"
Ainda não percebi bem quantos km são afinal, mas... Venham eles!!!!
E a bicicleta que vou levar vai ser uma das do R. de Down Hill. Vai ser de partir o coco a rir!!
Imagem daqui.
Subscrever:
Mensagens (Atom)